A capacitação foi indicada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) e tem como objetivo capacitar os artesãos para que dominem o processo sustentável de extração e tingimento natural, como forma de aperfeiçoar a confecção de ecojoias para geração de renda.Artesãos da Comunidade Agrovila, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé, zona ribeirinha da cidade, estão sendo beneficiados com a realização do curso “Prática do Tingimento”, promovido pela Prefeitura de Manaus, por meio da Escola de Serviço Público Municipal de Inclusão Socioeducacional (Espi). As aulas acontecem até a próxima quinta-feira, 20/4, na sede da associação de moradores, devendo totalizar 72 horas.
A coordenadora de cursos presenciais da Espi/Semad, Evelin Lemos, falou dos objetivos do curso. “O curso de prática de tingimentos naturais é um curso voltado para os artesãos da comunidade e tem como principal objetivo capacitá-los à prática e, com isso, gerar renda para a comunidade. Ele faz parte da ação da temática de meio ambiente e sustentabilidade”, destacou.
“Este é o primeiro de um total de quatro cursos para os moradores da Reserva do Tupé, que temos previstos em nosso catálogo, lançado nesta segunda-feira. Seguindo a orientação do prefeito David Almeida, de oferecer as condições necessárias para que essas comunidades possam se desenvolver economicamente, explorando, de forma sustentável, aquilo que a natureza oferece, trabalhamos em parceria com a Semmas para levar as capacitações técnicas”, explicou o diretor-presidente da Espi, Júnior Nunes.
“A gente já tem um trabalho desde o ano passado, que foi iniciado com um curso de associativismo com gestão de pessoas e, depois, tivemos um de beneficiamento de sementes e outro de confecção de ecojoias. Esse, de tingimento, vai somar com os outros, para que esse grupo possa cada vez mais melhorar suas aptidões para preparar seus produtos para o mercado, principalmente da zona urbana de Manaus”, sugeriu.
O gestor da RDS/Tupé, Marco Antônio Lima, explicou que essa capacitação faz parte de uma sequência de atividades para os artesãos que trabalham com ecojoias, iniciada no ano passado.
A instrutora do curso é a professora Rosineide da Silva Dias, graduada em Engenharia Florestal pelo Instituto de Tecnologia da Amazônia (Utam), com especialização em Saúde e Segurança do Trabalho e em Docência do Ensino Superior, ambas pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci. É mestre em Ciências Florestais e Ambientais pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), entre outras qualificações.
O artesão José Gomes, que integra a cooperativa de profissionais daquela região, destacou a expectativa dos artesãos da comunidade. “É uma expectativa muito grande, que vai agregar valor às nossas sementes. Nós estávamos necessitando muito desse curso. Agradeço à Prefeitura de Manaus que está trazendo um instrutor muito bem qualificado, para nos ensinar essa técnica, fazendo com que nossos produtos sejam bem aceitos no mercado”, relatou.
As ecojoias são um exemplo de produto genuinamente ligado à cultura regional com o perfil sustentável que envolve o processo ecologicamente correto desde a extração, manuseio, criação e venda, provocando o menor impacto possível ao meio ambiente à sua volta. Uma das etapas de grande relevância que compõem o processo de fabricação das ecojoias é o tingimento. Para tanto, o objetivo principal deste treinamento é apresentar a técnica milenar de tingimento natural, utilizando flores, folhas, cascas, serragem, sementes, e outras fontes naturais para gerar corantes.
Ecojoias
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O intuito é explorar as inúmeras cores que podem ser criadas por meio das reações químicas entre plantas e fixadores, além de resgatar a cultura do fazer manual. Nenhuma substância utilizada no processo é poluente ou sintética, então além de ser uma técnica artesanal, é também gentil com o meio ambiente.
Fotos – Aguilar Abecassis / Semcom
Texto – Sandra Monteiro / Semad
Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjAA9mS