Segundo o chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeiro Daniel Sacramento, a data, 24 de março, é sempre uma oportunidade para que os serviços de saúde possam reforçar junto à população a importância da prevenção e controle da tuberculose.A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu uma ação de saúde nesta sexta-feira, 24/3, nas comunidades Parque das Tribos e Cidade das Luzes, no bairro Tarumã, zona Oeste, alusiva ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose.
A programação foi realizada com o apoio de profissionais do Distrito de Saúde (Disa) Oeste, em parceria com Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP/AM), Comitê Estadual de Luta contra a Tuberculose e a Sociedade Amazonense de Pediatria, com oferta de ações de Educação em Saúde, consultas de enfermagem, consultas médicas com clínico geral, pediatra e infectologista para atender casos suspeitos da doença, e coleta para o exame de escarro.
“Em 2022, foram diagnosticados 2.667 casos de tuberculose entre pessoas residentes em Manaus. É importante lembrar para a população que a doença existe e que há muitas pessoas vivendo com tuberculose no município. No mês de março, as unidades de saúde têm reforçado as ações de prevenção e controle, alertando sobre sintomas e intensificando a oferta de exames”, informou Daniel.
Durante a campanha no mês de março, a Semsa tem reforçado também a avaliação dos grupos considerados mais vulneráveis para o adoecimento pela a tuberculose, o que inclui a população indígena, pessoas vivendo com HIV/Aids, pessoas em situação de rua, imigrantes, trabalhadores de saúde e pessoas com comorbidades.
“A população deve ficar alerta para o principal sintoma da tuberculose que é a tosse, seca ou com catarro, por duas semanas ou mais. Todas as pessoas com esse sintoma devem ser avaliadas imediatamente para que seja possível fazer o diagnóstico precoce e evitar sequelas ou complicações pela doença”, destacou Daniel Sacramento.
Fatores como pobreza, desnutrição, más condições sanitárias, comprometimento da imunidade e alta densidade populacional também contribuem para o adoecimento.
“Os indígenas, por exemplo, têm três vezes mais risco de desenvolver a tuberculose do que a população em geral. É uma população que costuma aglomerar, tem um convívio muito próximo, o que facilita a transmissão da doença. Por isso, é importante fortalecer o atendimento desse público e de outros grupos mais vulneráveis”, explicou Daniel.
Além da tosse, os sintomas da doença são a febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo de Koch. A transmissão da tuberculose ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
“O tratamento é simples, você pode encontrar em todas as Unidades Básicas de Saúde, tem duração de seis meses e os medicamentos são todos comprimidos. Mas quando o paciente abandona o tratamento em qualquer período, dependendo do número de abandono, vai chegar um momento em que os medicamentos não vão fazer mais efeito. Quando isso acontece, não existe a cura e, não existindo a cura, o que vai acontecer é a morte do paciente. Além disso, após os primeiros 15 dias de tratamento, o paciente não está mais transmitindo a doença. Mas quando há o abandono do tratamento, ele continua contaminando outras pessoas”, alertou a médica.
Participando da ação de saúde representando do Comitê Estadual de Luta contra a Tuberculose, a médica Irineide Assumpção Antunes, explicou que a tuberculose compromete os pulmões (forma pulmonar) e pode acometer outros órgãos ou sistemas, mas que é uma doença que tem cura quando o paciente faz tratamento corretamente, não deixando de tomar remédio diariamente.
“Eu recomendo que todos procurem atendimento, que é bom para a saúde e a gente tem que se cuidar mesmo. Acho importante divulgar mais sobre a doença, principalmente no tempo em que estamos vivendo com pandemias, para que todos cuidem da saúde e possam prevenir as doenças, e a gente agradece a coordenação da comunidade e a Semsa”, afirmou Jorge Fernandes.
O estudante Jorge Carneiro Fernandes, da etnia Tikuna, participou da ação de saúde para prevenção e controle da tuberculose na comunidade Parque das Tribos, e destacou a importância de uma maior divulgação de informações sobre a tuberculose.
No ano passado, Manaus notificou 2.667 casos de tuberculose, o que representa uma taxa de incidência de 118,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em 2023, já foram registrados 332 casos de tuberculose em Manaus.
Casos
Texto – Eurivânia Galúcio /Semsa
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Foto – Divulgação / Semsa