A chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, enfermeira Lúcia Freitas, reforça que as mulheres do grupo de risco, na faixa etária de 25 a 64 anos, devem realizar o exame preventivo por dois anos consecutivos, uma vez ao ano, e refazer o procedimento três anos depois, caso os resultados sejam negativos. A eficácia deste prazo é considerada semelhante à realização anual.Diante da intensificação de ações da campanha “Março Lilás”, de combate ao câncer do colo do útero, a Prefeitura de Manaus orienta que as mulheres mantenham atualizado o exame Citopatológico (preventivo), conforme o intervalo preconizado pelo Ministério da Saúde. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) oferta o serviço em todas as unidades básicas da rede, e também é responsável pela análise laboratorial do material coletado.
De acordo com a enfermeira, o Brasil passou a contar com protocolos para a padronização da coleta do material biológico do colo do útero a partir do ano de 1996, quando o projeto-piloto “Viva Mulher” foi elaborado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), atendendo solicitação do Ministério da Saúde. As diretrizes foram baseadas em um estudo realizado pela International Agency for Research on Cancer (IARC), publicado em 1986, e que envolveu oito países.
“O câncer do colo do útero é uma doença de longa evolução, levando cerca de 10 anos, no mínimo, desde o surgimento da lesão precursora, que ainda não é câncer, mas pode vir a ser, até o desenvolvimento da doença. Por isso, é tão importante que as usuárias busquem realizar o exame dentro do intervalo preconizado, pois essa vigilância permite o diagnóstico precoce, que é um dos principais objetivos do ‘Março Lilás’, aumentando as chances de cura da paciente”, informou Lúcia.
Dados parciais da Semsa apontam que, no ano passado, 115 mil coletas de exame preventivo foram realizados pela rede municipal de saúde. Para solicitar o serviço, as usuárias devem se dirigir à unidade básica mais próxima, portando RG, CPF e Cartão Nacional de Saúde (CNS), podendo realizar o procedimento no mesmo dia se houver vaga, ou agendar a coleta para uma data próxima.
“Esse estudo serviu de base para toda uma geração de normas vigentes no mundo até hoje. Inicialmente, tais protocolos eram voltados para mulheres de 35 a 49 anos, mas essa faixa etária foi ampliada posteriormente, conforme disponibilidade de recursos para atendimento a um público maior, e também avanços nos estudos científicos referentes ao tema”, complementou.
A enfermeira Lúcia Freitas destaca que, apesar da faixa de rastreio de 25 a 64 anos, é importante que mulheres fora dessa faixa etária fiquem alertas, principalmente se houver algum caso de câncer do colo do útero na família.
Sintomas
Se a mulher não estiver na faixa de risco, o ideal é que ela seja avaliada por um profissional de saúde para verificar se há necessidade ou não da coleta do preventivo.
“Um sangramento vaginal fora de época, quando a mulher não está menstruada, é um indicativo para investigar o que está acontecendo. Isso justificaria a coleta de um preventivo fora da faixa etária de risco. Porém, é diferente de casos de corrimento, por exemplo, pois a secreção pode prejudicar a leitura da lâmina, então é preciso primeiro tratar o corrimento e depois fazer o exame, para que seja obtido um resultado fidedigno”, observa.
Texto – Victor Cruz / Semsa
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Fotos – Divulgação / Semsa