As estratégias fazem parte do conjunto de ações desencadeadas pela Prefeitura de Manaus para prestar assistência aos moradores atingidos por um deslizamento de terra, ocorrido no último domingo, 12/3, que deixou pelo menos oito mortos e cerca de 40 famílias desabrigadas.A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), está mobilizando diversos setores estratégicos para intensificar ações de prevenção na comunidade Santa Inês, no bairro Jorge Teixeira, zona Leste. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) emitiu um comunicado de risco, nesta segunda-feira, 13/3, com intuito de subsidiar a gestão e os profissionais de saúde no fortalecimento da vigilância epidemiológica na área, no controle sanitário e na vacinação dos moradores, entre outros pontos.
De acordo com a gerente do Cievs, Graziela Andrade, os alagamentos e deslizamentos de terra geram impactos sociais que influenciam diretamente a saúde pública, principalmente nos dias ou semanas seguintes ao evento principal. “As pessoas são expostas à água potencialmente contaminada, logo, elas estão mais propícias a desenvolver doenças de veiculação hídrica, como diarreia e leptospirose, por exemplo”, detalha.
“Esse alerta é um procedimento comum na secretaria para orientar toda a rede de atenção com informações oficiais sobre a situação, para apoiar as discussões na tomada de medidas de proteção e controle em situações de emergência em saúde pública. A previsão meteorológica indica continuidade das chuvas em Manaus, e precisamos estar com a rede de prontidão para os casos que forem necessários”, explica a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe.
“São diversas situações que podem oferecer risco à saúde pública em decorrência de um deslizamento de terra tão severo como este. O objetivo principal do comunicado é preparar a rede de atenção à saúde, recomendando ações de planejamento, monitoramento, e respostas a essas possíveis doenças ou agravos que o ‘pós-crise’ pode nos apresentar”, observa a gerente.
Conforme Graziela, os moradores atingidos também ficam mais expostos às doenças respiratórias, por conta da tendência de aglomeração em abrigos e nas casas onde eles foram acolhidos, de amigos ou familiares. O risco de acidente com animais peçonhentos também aumenta, pois esses animais tendem a fugir do alagamento e buscar locais mais limpos ou arejados, ou seja, mais perto do ser humano.
O Cievs recomenda a distribuição e orientação sobre uso do hipoclorito de sódio a 2,5%, composto utilizado para tornar a água potável. Além disso, deve ser intensificada a vigilância da qualidade da água, avaliando possíveis danos nos sistemas de abastecimento e a disponibilidade nos abrigos temporários.
Medidas
“Outros agravos devem ter uma atenção especial, como pessoas com transtornos psicossociais, doenças crônicas descompensadas, acidentes com animais peçonhentos e não peçonhentos, acidentes como afogamento, choque elétrico, quedas, e vigilância da violência física e/ou sexual nos abrigos”, detalha Graziela.
A vigilância também deve ser fortalecida no controle de doenças transmissíveis, como doenças diarreicas agudas, leptospirose, hepatite. As doenças de transmissão respiratória, tétano acidental e doenças transmitidas por vetores. O comunicado aponta, ainda, para a intensificação das ações de imunização, que serão levadas aos abrigos e áreas afetadas, para identificar a necessidade de remanejamento de imunobiológicos, intensificar a vacinação contra a covid-19 e atualização do calendário básico vacinal das famílias afetadas.
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Além disso, a Diretoria de Vigilância Sanitária (Visa Manaus) deve reforçar a inspeção dos estabelecimentos comerciais atingidos para avaliar as condições higiênico-sanitárias de armazenamento, preparação e conservação dos produtos, da mesma forma que deve ser feita nos abrigos, avaliando as instalações físicas e capacidade instalada.
Foto – Divulgação / Semsa
Texto – Victor Cruz / Semsa