A primeira turma para o treinamento reuniu médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e diretores de unidades de saúde da zona Oeste de Manaus, que participaram da capacitação no Laboratório de Informática da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), bairro Adrianópolis.A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou, nesta segunda-feira, 26/6, o treinamento de profissionais de 50 unidades básicas para a utilização do Sistema i-TB, ferramenta elaborada para a vigilância e assistência em saúde na prevenção e controle da tuberculose.
“No atendimento ao paciente com tuberculose, a unidade de saúde deve encaminhar uma série de informações, o que é feito por meio do preenchimento de fichas e formulários em papel. Mas o paciente fica em tratamento por no mínimo seis meses, e tem que ir até a unidade de saúde de forma periódica, realizar exames, pegar o medicamento e ter o acompanhamento médico. O sistema i-TB vai permitir reunir todas essas informações e os profissionais de saúde poderão visualizar e monitorar de forma mais ágil o tratamento do paciente”, informou Daniel Sacramento.
De acordo com o chefe do Núcleo de Controle de Tuberculose da Semsa, Daniel Sacramento, o Sistema i-TB foi desenvolvido pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e da Saúde do Trabalhador (Dvae) e a Diretoria de Inteligência de Dados (DID), em um esforço para agregar as informações sobre o cuidado em saúde do paciente com tuberculose, permitindo um melhor monitoramento dos casos.
“O sistema vai emitir alerta quando, por exemplo, o paciente deixar de comparecer nas consultas marcadas, quando houver o teste de HIV a ser realizado ou faltando o exame de baciloscopia, que deve ser feito para o monitoramento da doença durante o tratamento”, explicou.
O enfermeiro destacou ainda que o novo sistema vai colaborar na identificação de dificuldades no acompanhamento do paciente, emitindo alertas no caso de situações que possam comprometer o tratamento.
“Com a expansão na utilização do sistema, com maior volume de usuários e UBSs, vamos verificar o que pode ser ajustado e, até o final do ano, a intenção é implantar em todas as unidades de saúde da rede municipal”, afirmou Daniel.
O sistema i-TB começou a ser utilizado na Semsa no mês de março, em uma fase piloto, nas UBSs Sálvio Belota, Gebes Medeiros e Leonor de Freitas, em um processo de avaliação da ferramenta e indicação de melhorias. Com o processo de capacitação iniciado nesta segunda-feira, 26/6, que segue até primeira quinzena de julho, a meta é que 50 Unidades de Saúde comecem a utilizar o sistema de forma rotineira.
Atuando como uma das instrutoras do treinamento, a enfermeira Dinah Cordeiro, técnica do Núcleo de Controle de Tuberculose da Semsa, lembrou que a tuberculose é uma doença transmissível e que tratar apenas o caso índice não vai proporcionar o alcance das metas para eliminação da tuberculose como um problema de saúde pública.
Além do cuidado dos casos de tuberculose, o novo sistema vai possibilitar um melhor monitoramento dos contatos dos pacientes, que são as pessoas que têm contato íntimo e prolongado com o paciente, principalmente intradomiciliar, e que podem desenvolver a doença.
Durante o treinamento, os participantes também receberam orientações sobre o uso do Livro de Registro de Contatos, resultado de iniciativa do Ministério da Saúde e parceria com a Universidade do Canadá, que será entregue a todas as equipes de saúde como ferramenta que vai contribuir com a organização do serviço nas Unidades de Saúde, o acompanhamento dos contatos e a ampliação terapia preventiva da tuberculose.
“É necessário investigar os contatos do paciente, realizar os exames para investigar a tuberculose ativa ou a tuberculose latente. No caso de ativa, é iniciado o tratamento para a doença, e com a tuberculose latente é necessário iniciar o tratamento preventivo. Anteriormente, era possível acompanhar o contato com a tuberculose latente diagnosticada, mas o sistema i-TB permite também o monitoramento do cuidado dos contatos ainda em investigação, identificando se houve dificuldade, por exemplo, na realização de algum exame”, destacou Dinah.
“A unidade de saúde realiza desde a busca ativa de casos suspeitos, a coleta de material para o exame, o tratamento e o monitoramento dos contatos. O novo sistema, com a tecnologia ajudando, vai acessar mais rapidamente as informações sobre os pacientes. Temos casos de pacientes que chegam de outras unidades para concluir o tratamento, mas não conseguem informar sobre os exames que já foram feitos ou os meses de tratamento. Com o novo sistema, vai ser muito melhor e mais rápido acompanhar as informações do paciente para continuar o tratamento”, afirmou a enfermeira.
A enfermeira Hilzemeire Bezerra de Oliveira, que atua na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Oeste – 23, no bairro Compensa, ressaltou que a equipe de saúde trabalha para garantir principalmente que o paciente com tuberculose conclua o tratamento e que seja feito o acompanhamento adequado dos contatos.
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
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Foto – Divulgação / Semsa