Executado pela Fundação Manaus Esporte (FME), em parceria com o Governo do Amazonas, o “Esporte na Comunidade” trabalha com projetos sociais, fornecendo equipamentos esportivos e atuando na melhoria das praças esportivas da cidade. De janeiro a março, o programa contemplou 72 projetos com bolas, redes, medalhas, cones e coletes, que são divididos entre as unidades e se tornam primordiais para as atividades esportivas que acontecem nas comunidades. Segundo o diretor-presidente da FME, Aurilex Moreira, a meta é alcançar pelo menos 500 projetos esportivos em Manaus até o final do ano.Em três meses de atividades, o programa “Esporte na Comunidade”, da Prefeitura de Manaus, contemplou mais de 70 projetos esportivos em comunidades de Manaus com a entrega de materiais esportivos. O programa é uma das principais ferramentas de transformação social da gestão municipal, e busca levar mais esporte e lazer às comunidades e aos cidadãos que já praticam alguma modalidade e precisam de recursos para dar continuidade às atividades.
O programa nasceu com a meta de alcançar 100 projetos sociais em diferentes zonas da cidade, porém, com a alta demanda, em dois meses de execução, o programa atingiu a margem de 105 projetos cadastrados no banco de dados.
“Nós temos uma expectativa muito boa para o ano, o prefeito David Almeida já anunciou a ampliação do ‘Esporte na Comunidade’ e, no final de tudo, nós queremos contemplar 500 projetos esportivos, entre lutas, futebol, futsal e outros esportes”, afirmou.
Aurilex Moreira destacou que a gestão municipal assumiu um compromisso sério com as comunidades na implementação de ações que possam contribuir com os projetos sociais voltados ao esporte nas comunidades.
As entregas dos equipamentos têm sido o pontapé das atividades do programa em 2023, e contemplam, no momento, as modalidades de futebol de campo, futsal e vôlei.
O aprendizado obtido por meio do esporte pode unir diferenças, contribuir para a formação de caráter, cidadania e auxiliar na inclusão social. Com esse pensamento, o ex-jogador de futebol Roberto Dinamite, coordenador do “Esporte na Comunidade” desde sua criação, explicou o poder transformador do esporte e de como a doação dos materiais, e o empenho conjunto aproximam cada vez mais os líderes comunitários.
“A gente tinha uma demanda muito grande de projetos não contemplados, projetos que funcionam nas comunidades de Manaus, nos bairros, nas quadras, então quando criamos o ‘Esporte na Comunidade’, nós tivemos essa visão de contemplar esses guerreiros e guerreiras dos bairros, contemplar as pessoas que administram projetos esportivos, e assim potencializar os trabalhos que eles já faziam”, disse Moreira.
Disciplina e valores
“A importância é mil por cento dentro da comunidade, saber que hoje a gente tem um poder público que pode chegar em uma comunidade, que antes tinha um senhor cheio de sonhos no coração e 150 crianças também com vários sonhos, e uma bola velha, é transformador, e hoje a prefeitura chega dentro dessas comunidades com toda a estrutura, com todo o aparato esportivo para que essas crianças e jovens sejam alimentados para serem não só atletas, jogadores, e sim cidadãos de bem para uma sociedade melhor”, afirmou o coordenador do programa.
A iniciativa da prefeitura contemplou pela primeira vez com equipamentos esportivos o projeto de futebol. Para o professor, essa contribuição vem impactar de maneira positiva a vida de crianças, jovens e adultos que fazem parte do projeto, visto que havia uma dificuldade de aporte financeiro.
Um dos mais de 70 projetos contemplados este ano é o Centro-Oeste Esporte Clube (Coec) Liga Desportiva, do bairro Alvorada 2, que conta com 60 crianças entre as três categorias: Sub-12, Sub-14 e Sub-17. O projeto existe há dez anos e tem como finalidade, promover a inclusão social por meio do esporte na comunidade, além de ensinar a disciplina e valores para vida, como afirma o professor Raimundo Fernandes, conhecido como ‘Careca’. “Os jovens que participam do projeto são da comunidade e a gente tem um lema ‘Ser bom filho, ser bom aluno, e se for bom de bola, melhor ainda’, e o nosso objetivo é esse, tirar esses jovens da ociosidade e da rua”, comentou.
Perspectivas de futuro
“Esse programa tem dado suporte para os projetos e para a gente é uma ajuda muito grande, porque a gente não tem outro recurso para comprar o material, e nós precisamos muito de bola, rede, todo esse material que a gente ganha agora do projeto, com certeza essa ajuda da prefeitura veio a calhar, porque estávamos precisando desse material”, frisou ‘Careca’.
“Participar do projeto para mim é uma coisa muito boa, treinar aqui é como se fosse uma chance de realizar o meu sonho e alcançar o que eu quiser na minha vida, como ser jogador de futebol, mas antigamente a gente não tinha muitas coisas aqui, o projeto era praticamente sem bola, a gente treinava com bolas de outras pessoas, mas agora a prefeitura veio com essas doações e nós vamos melhorar muito os nossos jogos com esses novos equipamentos”, disse o estudante.
Há um ano participando do Coec, o estudante Elias da Silva, de 12 anos, se empenha nos treinos e tem o sonho de se tornar um grande jogador de futebol, mas conta que o time tinha dificuldades com os jogos pela falta de equipamentos e que, com a chegada do programa na comunidade, as condições para os treinos melhoraram.
“Eu gosto de participar do projeto, porque o grupo me acolhe bem, e o professor ‘Careca’ dá muitas oportunidades para as pessoas que vêm de longe, ele bota a gente para jogar no time titular e a gente vem melhorando ainda mais com essas novas bolas e coletes que ganhamos. Eu acho muito bacana essa iniciativa da prefeitura”, destacou o aluno.
Outro jovem sonhador é o estudante Jesus Miguel Ribeiro, de 10 anos, morador do bairro Alvorada 1, e que pelo menos três vezes na semana participa dos treinos no projeto. Para o estudante, o auxílio é fundamental para o crescimento do time.
Texto – Beathriz Torres / Semcom
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Fotos – Aguilar Abecassis / Semcom