O projeto amazonense “Prática de Campo: Sonhos e Possibilidades” está na final da segunda edição do “Prêmio LED – Luz na Educação”, organizado pela Rede Globo e a Fundação Roberto Marinho. Com o objetivo de promover e engajar transformações que acelerem novas formas de ensinar e aprender, o edital premia seis vencedores com R$ 200 mil cada.
O anúncio dos seis vencedores ocorrerá no dia 26 de abril, na TV Globo, com transmissão para todo o país, em que cada um levará o prêmio de R$ 200 mil para casa
“Normalmente, esses estudantes apresentam dificuldade de interação e socialização. Atividades simples, como apresentar trabalhos e seminários, tornam-se muito difíceis. Precisávamos fazer algo a respeito, porque essa dificuldade tinha como consequência a evasão escolar”, observou o professor.
Criado pelo professor de Geografia da Escola Estadual Professora Maria Belém, localizada no município de Barreirinha (distante 331 quilômetros de Manaus), Rosenilson Gama, o projeto amazonense acontece desde 2019 na unidade de ensino. De acordo com o educador, a iniciativa nasceu após o corpo docente perceber que a escola recebe, anualmente, uma quantidade considerável de alunos ribeirinhos, quilombolas e indígenas da etnia Sateré-Mawé, e que seria importante desenvolver ação voltada para auxiliar na socialização dos mesmos.
O professor Rosenilson explica, ainda, que, após começarem a realizar as atividades, o desempenho escolar dos alunos começou a apresentar uma melhora considerável.
Nesse contexto, a proposta do projeto é a de promover inclusão por meio de atividades em campo com os alunos. Entre as principais ações realizadas, estão Gincana de Educação Ambiental na Praia do Caturetê (com a participação de aproximadamente 150 alunos e 20 professores); Projeto “Educação Ambiental por meio de trilhas ecológicas”, realizado no entorno da escola e nas margens do rio Andirá; visitas técnicas nas matas de igapó e nas áreas degradadas; e realização do Ritual da Dança da Tucandeira, com a presença de alunos, ex-alunos e não indígenas.
Outros projetos
“Realizamos inúmeras visitas às comunidades ribeirinhas, quilombolas e áreas indígenas. Ao final das práticas de campo, percebemos que os alunos começaram a interagir mais, socializar mais, afinal, esse é o lugar que eles possuem mais afinidade e familiaridade. Trouxemos a realidade dos estudantes para as nossas atividades escolares”, destacou Rosenilson Gama.
Fase final
FOTOS: Arquivo pessoal/ professor RosenilsonO projeto do professor Rosenilson não é o único desenvolvido pela Escola Estadual Profª. Maria Belém. Por meio da interdisciplinaridade, a unidade de ensino possui outras iniciativas, que também ganharam prêmios. Foram vencedores do prêmio “Criativo da Escola”, sob tutela do professor de Biologia Jonailson Xisto; e, pelo Projeto Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Amazonas (Fapeam), o professor de História, Erivaldo Glória, conquistou o prêmio na categoria de professor-pesquisador, com a “Educação Indígena através das Histórias em Quadrinhos (HQS): Entre Desafios e Possibilidades no Universo Escolar”.
Os projetos finalistas agora são avaliados por um grupo de especialistas e, em seguida, por uma banca de jurados, a partir dos critérios de inovação, impacto e escalabilidade. A celebração e reconhecimento dos vencedores acontece durante um programa especial na TV Globo, transmitido para todo o país, no próximo dia 26 de abril.
Depois de mais de 2 mil inscrições analisadas em todo Brasil, em diversas fases de seleção, a edição do Prêmio LED – Luz na Educação chega à final. A iniciativa amazonense concorre com outros 14 projetos, espalhados por 8 estados brasileiros.
“Ano passado, assisti a final do programa pela televisão e achei encantadora. Hoje, estamos nela. Será emocionante! A nossa proposta é inclusiva e ousada. Ela gera custos, temos adversidades, mas sempre corremos atrás e conseguimos. Sair dos muros da escola é sempre importante para aprender com o mundo real”, finalizou Rosenilson.