Por Milena Monteiro /Jornalismo Indígena/Mediação-Ufam
O projeto “Jornalismo Indígena” iniciou 2023 com a oficina “Introdução às crônicas no jornalismo”, ministrada pela professora Ítala Clay de Oliveira Freitas, docente do curso de Jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal do Amazonas (FIC/UFAM). As atividades da oficina foram desenvolvidas no mês de janeiro e concluídas na última sexta-feira (3/2), na comunidade Parque das Tribos, zona oeste de Manaus.
Fotos e edição de texto: Camila Barbosa Oliveira /Jornalismo Indígena/Mediação-Ufam
A professora trouxe como inspiração o livro “As cem melhores crônicas brasileiras”, organizado por Joaquim Ferreira dos Santos, para que os participantes pudessem refletir sobre crônicas de autores como Clarice Lispector, Luis Fernando Veríssimo e Rubem Braga.
A terceira, de nove oficinas programadas, abordou temas relativos à literatura e à contação de histórias por meio da escrita, em forma de crônicas. Os participantes foram incentivados a escrever suas vivências, sejam elas de seu cotidiano ou sobre acontecimentos importantes de suas vidas.
Para Danielle Delgado, da etnia baré, a produção de crônicas seria um importante meio de preservar as histórias, memórias e cultura de seus antepassados. “As histórias contadas por nossos, país e avôs, pelos antigos poderiam ser crônicas. Meu avô contava muitas histórias, se as tivessem registrado teria muitas histórias para contar e poderíamos saber muito mais coisas sobre nossos antepassados”, pontua ela.
“Foi uma experiência diferenciada da que a gente tem em sala de aula como docente. Você tem histórias interessantíssimas, magníficas e as pessoas querem contar suas histórias. Foi uma experiência rica e espero ter deixado uma sementinha sobre as crônicas, porque histórias eles têm muito e sabem contar, é só darmos oportunidade e autonomia”, ressalta a professora Ítala Clay de Oliveira.
Próxima oficina
Com a professora Ítala Clay, a comunidade trocou experiências sobre a importância das crônicas, tanto escritas como narradas. Como destaca a professora, “um gênero que buscar dialogar com alguém, trazendo ideia de proximidade”.
“Na próxima, oficina já vamos caminhar para a produção da notícia, objeto central do jornalismo. Estamos em um momento do projeto em que já temos condições de fazer essa passagem. As oficinas anteriores foram preparatórias para esse momento, então, é bem estimulante, já que vamos para a matéria-prima do jornalismo, que é a notícia”, explica a professora Mirna Feitoza.
A próxima oficina será ministrada a partir do dia 10 de fevereiro, com o tema “A produção da notícia”, e será mediada pela professora Mirna Feitoza Pereira, do curso de Jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC/UFAM), em parceria com a jornalista da TV Ufam Renata de Lima.
Vinculado ao Programa Institucional de Bolsas de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão (PIBEX/Proext/Ufam), o projeto “Jornalismo Indígena” será realizado no Parque das Tribos até julho de 2023.
Sobre o projeto
Na UFAM, o projeto é liderado pelo Mediação – Grupo de Pesquisa em Comunicação, Complexidade e Culturas, da Faculdade de Informação e Comunicação, com o apoio do Laboratório de Análise e Criação Multimídia da Faculdade de Letras e da Prefeitura do Campus, por meio da Coordenação de Transportes do Departamento de Logística e Meio Ambiente.
A equipe é composta por 15 pessoas, entre lideranças indígenas, professores, estudantes e jornalistas egressos do curso de Jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC/UFAM), além de professores e professoras da Faculdade de Letras e Faculdade de Educação e de uma docente e estudantes do curso de Design da Faculdade Martha Falcão.