A apresentação foi feita por arquitetos e urbanistas do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), dentro do Seminário Amazônia Studio 2023, realizado em parceria pelo Núcleo de Arquitetura Moderna na Amazônia (Nama) e o MIT, feita pelo diretor de Planejamento do Implurb, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro.Alunos universitários do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), universidade de pesquisa em Cambridge, Estados Unidos (EUA), e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), conheceram nesta segunda-feira, 27/3, detalhes do programa da Prefeitura de Manaus que prevê grandes intervenções urbanísticas e de melhoria de infraestrutura para a capital. O encontro ocorreu no Atelier de Arquitetura da Ufam, no campus, no bairro Aleixo, zona Centro-Sul. O foco principal foi o programa “Nosso Centro”, mostrando aos universitários os eixos estratégicos, as etapas e as fases de intervenção.
“Todos os projetos estão muito ligados e conectados a aspectos em comum, como a água, a floresta e a paisagem natural. No parque Gigantes da Floresta, entre as zonas Norte e Leste, tem um dos maiores igarapés da cidade, o Mindu, cuja nascente sai da reserva Adolfo Duque e segue até o rio Negro. No mirante Lúcia Almeida, no Centro, tem o rio Negro. E todos tem uma série de equipamentos e mobiliários de lazer, turismo, cultura, convivência e também reflexo na habitação, paisagismo e arborização. Na paisagem natural, quando antes se tinha praticamente a praia da Ponta Negra, agora vão surgir mais dois novos pontos, o mirante e o largo de São Vicente”, comentou o arquiteto.
O seminário é composto de palestras, visitas técnicas, experiências e encontros com profissionais de arquitetura, alunos da Ufam e estudantes do MIT, que estão em Manaus especialmente para o evento de imersão.
Uma das ideias apresentadas aos universitários é a de que o píer que será construído junto ao mirante servirá de atracadouro para acesso de turistas e visitantes, para passeios a pontos turísticos, mas que em um momento futuro possa servir de estação de mobilidade urbana pelo rio.
A prefeitura já realiza obras no mirante e largo, incluindo ainda o casarão Thiago de Mello, entre a avenida 7 de Setembro e a rua Bernardo Ramos, no Centro. “Os projetos fazem conexão e um diálogo entre o contemporâneo e o antigo, explorando os conceitos de permeabilidade visual. Por isso o mirante terá as alvenarias retiradas para que as pessoas possam, do largo, contemplar o rio. Será criado um grande espaço público numa área onde não existia. São quase 9 mil metros quadrados onde não existia área pública nenhuma”, comentou Pedro Paulo.
As intervenções que estão ocorrendo agora vão impulsionar os eixos do programa, como o “Mais Negócios”, estimulando a abertura e expansão de comércio, serviços e conexões, que vão dar apoio aos moradores já existentes e aos que irão chegar.
“Ainda durante o encontro abordamos a diversidade de usos no território e a importância de escalas e camadas no tecido urbano, de quanto mais usos um bairro tenha, mais interessante ele se torna. E mais atrativo. O ‘Nosso Centro’ também trata de habitação para diversas classes sociais, não exclusivamente de interesse social. E o retorno de moradores será gradativo”, disse o diretor.
Programa
Para o palestrante, por estar na Amazônia, é possível mostrar o resultado concreto de preservação e reconversão do patrimônio com usos atuais, como acontecerá com o casarão Thiago de Mello, que no passado era uma residência e será a casa da fundação de mesmo nome, com exposições, acervo do poeta amazonense e visitação.
O MIT é uma universidade privada norte-americana com programas de inovação, ciência, engenharia e disciplinas técnicas, cujo objetivo é fazer um mundo melhor por meio da educação, pesquisa e inovação.
O “Nosso Centro” tem entre suas diretrizes proporcionar a reocupação da área central de Manaus, um bairro dotado de uma das melhores infraestruturas urbanas da capital. Em todas as intervenções realizadas em centros históricos, no Brasil e em outros países, se verifica que inicialmente há um investimento do poder público, fazendo o resgate das áreas, e posteriormente a iniciativa privada dá continuidade e tem sua parcela de colaboração.
Texto – Claudia do Valle / Implurb
— — —
Fotos – Divulgação / Implurb