De acordo com a diretora em exercício do Distrito de Saúde (Disa) Sul, Graça Costa, a pré-conferência foi planejada como uma fase preparatória para a 9ª Conferência Municipal de Saúde (9ª Comus), que será realizada no período de 20 a 23 de março.Representantes do controle social na zona Sul de Manaus participaram nesta quinta-feira, 16/3, da pré-conferência distrital de saúde, realizada na Universidade Paulista (Unip), na avenida Mário Ypiranga, Parque 10 de Novembro. O evento foi coordenado pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS/Manaus) e Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), e contou com a presença de representantes dos segmentos de gestores, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Participando da pré-conferência, a diretora de Atenção Primária da Semsa, conselheira Sonja Farias, reforçou a importância das pré-conferências distritais, que foram iniciadas na segunda-feira, 13/3, como parte do processo de realização da 9ª Comus, evento promovido a cada quatro anos com o objetivo de avaliar a situação de saúde, elaborar propostas que atendam as necessidades de saúde da população de Manaus e definir diretrizes para o planejamento das ações de saúde.
“A pré-conferência é um espaço para discutir sobre a melhoria da qualidade da gestão da saúde, elaborar propostas e eleger delegados para participação na conferência municipal. O Disa Sul conta com 16 Conselhos Locais de Saúde, vinculados a 16 unidades de saúde, compostos por gestores, trabalhadores e usuários dos serviços de saúde. Então, sabemos a importância do controle social em benefício da saúde da população e melhoria dos serviços”, afirmou Graça Costa.
Programação
“Para realizar a conferência municipal, é importante ouvir representantes de cada Distrito de Saúde, das zonas Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural, e entender a realidade de cada território. É um movimento que enriquece a Comus e vai permitir a construção de propostas que sejam um reflexo da real necessidade da população. E é importante lembrar que a Semsa trabalha com a colaboração dos conselheiros locais de saúde, que representam usuários e têm uma visão diferenciada em relação aos serviços de saúde. A partir dessa visão, é possível fazer ajustes nos serviços que podem parecer pequenos, mas que são fundamentais para a qualidade de atendimento da população”, relatou Sonja Farias.
A partir do painel, também foi organizado um debate em quatro eixos temáticos: O Brasil que temos. O Brasil que queremos; O papel do controle social e dos movimentos sociais para salvar vidas; Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia; e Amanhã será outro dia para todos, todas e todes.
Seguindo a programação das cinco pré-conferências, o evento do Disa Sul organizou um painel abordando o tema “Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia – Amanhã vai ser outro dia”, que também é o tema central da 9ª Comus e da 17ª Conferência Nacional de Saúde, marcada para o período de 2 a 5 de julho.
“Constituição Federal e a constituição de políticas públicas no Brasil vêm a partir da participação efetiva da sociedade. As nossas conquistas nascem das reivindicações, com a população chamando a atenção das autoridades e dizendo onde o calo aperta. Mas não vale só conquistar, precisamos manter e aprimorar. Os movimentos sociais, conselhos, representantes do controle social, todos precisam participar desse processo, ou a gente abre mão das nossas conquistas”, alertou Joselene Gomes.
A assistente social Joselene Gomes, doutora em Serviço Social e conselheira estadual da saúde, foi uma das debatedoras e destacou o papel do controle social na construção de políticas públicas de qualidade.
“Estou participando pela terceira vez de conferências de saúde, já tendo participado de uma etapa estadual. Acredito que essa participação tem um grande impacto, já que é um espaço para debater novas ideias, trazer nossos anseios e dificuldades que encontramos no SUS. A gente sabe que tem coisas para melhorar, ter um SUS mais acessível, mas é um processo em construção, e usuários, trabalhadores e gestores têm o papel fundamental para alcançar um SUS melhor e mais forte. Mas as propostas começam aqui no território, em cada zona da cidade, com o debate das situações que realmente acontecem com as pessoas no território”, ressaltou Mayra Farias.
Representando o segmento de usuários, Mayra Farias, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situação de Saúde na Amazônia (Fiocruz/Amazônia), participou da pré-conferência distrital sul e reforçou que usuários, gestores e trabalhadores são fundamentais no processo de construção contínua do SUS.
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Além da etapa do Disa Sul, já foram realizadas as pré-conferências dos Disas Rural (13/3), Leste (14/3) e Oeste (15/3). A programação será encerrada na sexta-feira, 17/3, com a etapa do Disa Norte, que vai acontecer na igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, na avenida Sálvio Belota, 333, bairro Novo Aleixo, das 7h às 17h.
Fotos– Henrique Souza / Semsa
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa