Por Sandra Siqueira
Ascom Ufam
A pesquisa, segundo o autor, teve como objetivo principal mostrar, com dados econométricos, como as mudanças climáticas impactam os custos das firmas de saneamento básico da região Norte do Brasil. “É muito gratificante poder finalizar o curso de graduação com essa conquista. Eu tinha como meta pessoal formar na graduação com um trabalho de conclusão de curso que servisse de fato para a sociedade como subsídio para tomada de decisão em políticas, sejam elas públicas ou privadas, e que demonstrasse a importância de se considerar variáveis climáticas em modelos econômicos. Com esse resultado do prêmio, só mostra que estou cada vez mais perto disso. Também é uma grande satisfação estar seguindo os passos de meu avô, Jorge Sarraff, que foi um grande economista e que também se formou na Ufam”, registrou Lucas André.
“Impactos das mudanças climáticas na estrutura de custos das firmas de abastecimento de água da região Norte do Brasil”, este é o título do trabalho de conclusão de curso (TCC) do, então finalista de Ciências Econômicas, Lucas André Matos Sarraf de Rezende, eleito como a melhor monografia de economia pelo Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM). O anúncio foi feito no dia 1º de junho e faz parte do XIV Prêmio Amazonas de Economia. O trabalho segue para a etapa nacional da premiação.
De acordo com Lucas Sarraf, três foram os diferenciais que destacaram o TCC vencedor. “Acredito ter sido o fato de eu ter saído do senso comum, de apenas considerar variáveis econômicas em modelos econômicos. Com o cenário climático global desafiador, está cada vez mais evidente que mudanças no clima e no meio ambiente tem impacto relevante na sociedade como um todo, o que não é nem um pouco diferente com a economia. Segundo, pela relevância/urgência do tema, o qual apesar da região ser a maior do país, em área geográfica, e possuir a maior bacia hidrográfica, ela possui os piores índices de saneamento básico do Brasil: um pouco menos da metade da população do Norte não tem acesso à água tratada, o que é um direito básico de todo cidadão. Além do mais, não existia nenhum estudo na literatura que analisasse o saneamento exclusivamente na nossa região, e que considerasse suas especificidades (que são muitas)”, detalhou. “Terceiro, pela orientação do professor Lucas Sousa, que também teve grande destaque em suas teses de mestrado e doutorado no tema do saneamento básico, sendo vencedor do Prêmio Brasil de Economia, o qual foi um grande exemplo pra mim”, revelou o egresso.
A monografia vencedora foi orientada pelo professor Lucas Sousa, do Departamento de Economia e Análise da Ufam. “Recebi o resultado com muita alegria e orgulho do trabalho realizado pelo meu orientando Lucas Sarraff. Para mim, ele ter recebido essa premiação significa que o meu trabalho como professor e orientador está sendo bem feito. Esse reconhecimento torna o meu trabalho na Ufam ainda mais gratificante”, declarou.
Em sua 14º edição no Amazonas, o prêmio seleciona os primeiros colocados em cada estado, os quais serão remetidos ao Prêmio Brasil de Economia, organizado pelo Conselho Federal de Economia (Confecon), na categoria de monografia de graduação. Será a XXIX edição da premiação nacional, que acontecerá durante o Congresso Brasileiro de Economia, entre os dias 15 e 17 de novembro de 2023, em São Luís – MA.
Segundo o orientador, no Brasil, 84,1% da população é abastecida com água tratada, por outro lado, na região Norte (recorte da monografia) essa porcentagem é de apenas 58,9%. “O acesso a água tratada evita uma série de doenças e inclusive a mortalidade infantil, o que torna a universalização desse serviço algo fundamental. Não obstante, variações na temperatura e na precipitação podem afetar o tratamento da água, o que impacta nos custos das empresas de abastecimento, o que pode, por conseguinte, repercutir negativamente no processo de universalização desse serviço. O diferencial da monografia do Lucas foi justamente abordar esses dois temas muito pertinentes e atuais, ou seja, saneamento básico e mudanças climáticas, assim como estimar os impactos destas nos custos das empresas de saneamento básico”, ressaltou.