No primeiro mês do ano, a campanha “Janeiro Roxo” tem o objetivo de conscientizar a população sobre a hanseníase e seus efeitos, combatendo o preconceito que existe contra os pacientes. A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) apoia a campanha, que foi instituída nacionalmente no ano de 2016, pelo Ministério da Saúde (MS) e reforça a atenção com o tema, já que o Brasil é responsável por quase 90% dos casos diagnosticados no continente americano, em 2022, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Aleam aprovou a Lei nº 4.922, de autoria do deputado Sinésio Campos (PT), criando a Semana de Prevenção e Combate ao Preconceito da Hanseníase, realizada todos os anos no mês de abril.
“O compromisso é de mobilizar esforços com vistas a uma educação preventiva, que compreende um conjunto articulado de ações e serviços individuais e coletivos, facilitando o acesso à informação e a orientação, bem como destinar espaços ao desenvolvimento integral ao cidadão”, aponta o deputado Sinésio.
De acordo com o Boletim Epidemiológico da Hanseníase 2023, publicado pela Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde, em janeiro de 2023, em 2022 foram diagnosticados 14.962 novos casos da doença no Brasil. Somente o Amazonas notificou preliminarmente, 320 casos gerais, além de 34 registros em pacientes menores de 15 anos.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica grave, com manifestações dermatológicas e neurológicas. A doença é provocada pela bactéria Mycobacterium leprae, tem cura e o tratamento é gratuito e ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A transmissão é feita de uma pessoa doente sem tratamento, para outra, após contato próximo de forma prolongada.
“A hanseníase pode causar lesões neurais e danos irreversíveis, mas se diagnosticada precocemente, a infecção é curável. Por isso, é importante que o paciente, ao perceber sintomas de risco, procure o atendimento profissional”, destaca o deputado Campos.
Além da conscientização e prevenção da doença, a Casa Legislativa também tem atuado no sentido de solicitar junto ao Poder Executivo estadual o reajuste anual do complemento da aposentadoria aos pacientes com o diagnóstico de hanseníase, instituído pela Lei nº 1.735/1985. O Requerimento nº 256/2023, do deputado Adjuto Afonso (UB), faz tal indicação ao Governo do Estado.
“O deferimento dessa proposta contribui para o exercício da cidadania, resgate pessoal e social, investe no respeito aos direitos fundamentais e na melhoria da qualidade de vida desses irmãos”, afirma Afonso.
Onde tratar
A Fundação Alfredo da Matta (Fuam), em Manaus, é centro de referência para diagnóstico e tratamento da hanseníase no Amazonas. A entidade promove ações regulares de supervisão da hanseníase e treinamento de profissionais da saúde na capital e demais municípios do Estado.
Essas atividades são realizadas por equipes compostas por dermatologistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, dependendo da demanda do município e da necessidade de treinamentos específicos.
Sinais e sintomas:
Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade dolorosa, térmica e tátil;
Sensação de fisgada choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros;
Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração;
Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações;
Dor e espessamento nos nervos periféricos;
Redução da força muscular, sobretudo nas mãos e pés;
Caroços no corpo;
Pele seca;
Olhos ressecados;
Feridas, sangramento e ressecamento no nariz;
Febre e mal-estar geral.