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O Liceu oferece o curso gratuito para alunos de 7 a 49 anos
Fotos: David Martins/ Secretaria de Cultura e Economia CriativaEles são jovens de várias idades e carregam algo em comum: a paixão pelo som da percussão. Após mais um semestre de aulas, alunos do curso de percussão do Liceu de Artes e Ofício Claudio Santoro falam sobre as aspirações artísticas, depois de meses de aprendizado.
A escola de arte, promovida pelo Governo do Amazonas e administrada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, tem previsão de abertura das matrículas em fevereiro de 2025. No curso de percussão, o Liceu foi pioneiro no estado ao oferecer gratuitamente aulas de percussão, contemplando a faixa etária de 7 a 49 anos.
A preferência musical dos alunos é variada e se estende do samba, gospel, passando pelo rock-pop até o jazz contemporâneo. Tanto os iniciantes, quanto os alunos já familiarizados com instrumentos, participaram do curso. Um exemplo é o veterano Kayo Iago, de 10 anos, que começou as aulas em 2022 e, agora, completa dois anos na percussão.
Foto: David Martins/ Secretaria de Cultura e Economia Criativa
“Meu objetivo é tocar na igreja, porque tem uma banda que toca lá e eu quero muito fazer parte dela”, relata o jovem músico, que surpreende ao tocar e não mede esforços para adquirir cada vez mais prática.
Assim como Kayo, outro talento é Marcello Miguel, 17, que impressiona ao mostrar habilidades no tambor e na bateria. Filho de músicos, ele conta que toca bateria desde a infância e sonha em ingressar na consagrada Amazonas Band.
Foto: David Martins/ Secretaria de Cultura e Economia Criativa
“O meu objetivo é seguir carreira como baterista e entrar para a Big Band do Teatro Amazonas. Comecei em percussão porque é uma base para a bateria também, e isso aqui é só o início do que eu realmente quero”, afirma Marcello, ressaltando que já aprendeu junto com seus colegas, diversas técnicas como, “paradiddles”, uma das suas preferidas.
Dois outros grandes talentos, Eduardo Magalhães, 13, e Lukas Filipe, 15, falam sobre as suas conquistas e aspirações artísticas. “Eu não sabia tocar combo, mas agora já sei o suficiente para tocar quando for chamado”, disse orgulhoso Eduardo. Lukas, por sua vez, destacou seus sonhos e aprendizados: “já aprendi rumba, pandeiro, zabumba (…), o meu objetivo é tocar com Péricles e Xande de Pilares”, revela o pagodeiro nato.
Foto: David Martins/ Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Sobre o curso
O instrutor do curso do Liceu, Tércio Macambira, destaca que os alunos são ensinados a ler desde partituras até estudar repertórios e técnicas, tudo isso para que os novos talentos adquiram conhecimento embasado sobre a teoria e a história dos instrumentos de percussão.
“E além da questão profissional, tem toda uma questão social. No Liceu, o aluno socializa com várias pessoas, permite o acesso e o contato com outros instrumentos (…)“, afirma Macambira, ao acrescentar que muitos alunos nunca tocaram sequer algum instrumento e, após conhecerem o piano, tambor, o pandeiro e até a bateria, despertam paixão pela percussão.
Tércio explica que o repertório busca estudar os ritmos e estilos de todas as regiões do mundo, mas que sempre valoriza ritmos regionais da cultura amazônica, “O nosso boi-bumbá, o gambá, a ciranda de Manacapuru, entre muitas outras riquezas culturais, são ensinados e valorizados”, comenta o músico, também integrante da Orquestra de Violões do Amazonas e vocalista do Grupo Maroaga.
O Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, ao longo dos anos, formou profissionais na área musical e foi o trampolim para muitos ingressarem na carreira musical, participando de instituições como, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), as Forças Armadas e conservatórios em outras cidades brasileiras.