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Iniciativa ocorreu nesta terça-feira (08/10) e contou com a presença do autor amazonense Tenório Telles
FOTO: Lincoln Ferreira/Sejusc
Café, literatura e muito amor à arte amazonense marcaram a segunda edição do “Café Literário”, na manhã desta terça-feira (08/10), no Centro Socioeducativo Senador Raimundo Parente, na zona norte de Manaus. A iniciativa, viabilizada pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), propôs situações de aprendizagens e entretenimento, por meio de um painel cultural.
Durante o evento, que contou com a presença do escritor amazonense Tenório Telles, cinco jovens socioeducandos se apresentaram para um público de, aproximadamente, 50 pessoas. Eles performaram “Aquarela”, de Toquinho, e o louvor “Eu Navegarei”, de David Quinlan.
FOTO: Lincoln Ferreira/Sejusc
A secretária executiva de Direitos da Criança e Adolescente, Rosalina Lôbo, participou do “Café Literário” e destacou a importância da literatura no processo de ressocialização dos socioeducandos.
“Temos as ferramentas, como literatura, arte e esportes, que atuam como estratégias para aproximar e nivelar esse adolescente de algumas questões básicas, que nós necessitamos para o processo de cumprimento de medida de ressocialização. Isso tem um fator bem importante para a gente, porque a arte tem o poder de transformação, ela mexe com a nossa alma”, concluiu Rosalina.
FOTO: Lincoln Ferreira/Sejusc
O poder da educação
O autor amazonense Tenório Telles reforçou a importância da educação e da arte na vida dos jovens socioeducandos, após serem reintegrados à sociedade.
“Há uma frase de Jesus Cristo em que Ele diz que nem só de pão vive o homem, mas também da palavra. Essa frase é muito profunda, porque ela ilustra uma compreensão a respeito do significado do conhecimento. O ser humano não precisa só do alimento, do pão, do feijão. Alimentar o corpo. O ser humano também precisa do alimento do espírito, a palavra, a arte, a beleza, a leitura, os livros”, disse.
FOTOS: Lincoln Ferreira/SejuscEle acredita que eventos como o “Café Literário”, que aproximam o jovem da arte, são fundamentais para a formação dos socioeducandos. “Tenho certeza que essa experiência com a cultura, com o livro e a literatura vai germinar no coração e na consciência desses jovens. Muitos vão ter suas vidas transformadas por essa experiência do conhecimento, essa experiência da beleza, essa experiência da palavra”, finalizou o autor.
Leitor assíduo
Um dos adolescentes do Centro Socioeducativo Senador Raimundo Parente, de 15 anos, afirmou ser “fanático” por literatura. Desde que chegou ao local, ele já leu inúmeros títulos. “A literatura muda e transforma a pessoa. Ela vai gostando, cada vez mais, de ler. É uma coisa muito significante para cada um de nós, aqui”, disse o jovem, cujo livro preferido é “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry.
O incentivo à leitura, inclusive, é algo bastante cultivado no local, por meio do projeto “Asa da Imaginação”. A diretora da unidade socioeducativa, Adriana Pena, reforça que a leitura traz, além de conhecimento, diversão.
“Quando o adolescente chega à unidade, ele começa a ler e a ‘trocar figurinhas’ de livros. Procuramos destacar a importância que a leitura tem em nossas vidas, sobretudo os avanços que ela nos proporciona. Esse jovem que tem o hábito de ler, com certeza, vai avançar em todos os aspectos”, finalizou Adriana.