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O espetáculo alia dança e audiovisual em uma obra criada pela coreógrafa Andressa Miyazato
FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Na sexta-feira e sábado (06 e 07/09) o Teatro Amazonas apresenta a estreia do novo espetáculo do Corpo de Dança do Amazonas (CDA): “Urutau”. Com ingressos já à venda e sessões acontecendo sempre às 20h, o espetáculo será reapresentado no dia 10 de setembro, na programação CDA convida, na qual a companhia amazonense recebe a convidada Movere Companhia de Dança.
“Urutau” é a mais recente criação da renomada coreógrafa Andressa Miyazato, inspirada pelo pássaro de mesmo nome, conhecido por sua habilidade de camuflagem e simbolismo profundo na cultura Tupi, onde é conhecido como ave fantasma.
“O ‘Urutau’, com suas simbologias, apareceu depois de um processo que começou no ano passado”, explica Miyazato. “Quando vi, foi o primeiro encontro com a companhia. Vim ministrar um workshop, e desse processo surgiram várias perguntas e interesses entre o elenco e comigo, que fomos trabalhando”, relata a coreógrafa.
Trajetória
Nascida em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, Andressa Miyazato começou sua carreira como bailarina no Brasil, passando pela companhia de dança Cisne Negro, em São Paulo, antes de seguir para a Alemanha. Hoje, aos 43 anos, ela reside na Áustria, onde é docente na Anton Bruckner Private University e está desenvolvendo um doutorado artístico.
FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
“É uma obra de extrema importância para minha carreira profissional”, ressalta a coreógrafa, referindo-se a “Urutau”. “Foi um grande desafio trabalhar com uma companhia com mais de 25 anos de trajetória, mas também muito enriquecedor”, declara.
O espetáculo se destaca por sua abordagem interdisciplinar, na qual a dança se funde com o audiovisual, criando uma experiência sensorial única para o público. O uso do audiovisual amplia a narrativa e estabelece uma conexão orgânica entre os bailarinos e o ambiente ao redor.
“O ‘Urutau’ começou a aparecer nos corpos dos bailarinos, como eles se encontravam uns com os outros”, comenta Miyazato. “Trabalhamos a questão da noção de eixo, tempos elásticos e o que significa camuflar-se através do corpo do outro. Foi assim que encontramos o nome para o espetáculo”, conta.
O desenvolvimento de “Urutau” foi influenciado por uma rica base cultural e artística, incluindo o livro “Ilusão do Fausto”, de Edinea Mascarenhas Dias, a obra de Goethe e as pinturas de Hahnemann Bacelar. Além disso, as experiências de Miyazato em Manaus e nas comunidades ribeirinhas, como a Nossa Senhora do Livramento, desempenharam um papel crucial na profundidade da obra.
FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
“Fiquei quase um mês em Manaus antes de começar com os bailarinos, vivenciando a cidade e fazendo minhas pesquisas”, revela a coreógrafa. “Foram dias incríveis que estão ressoando ainda comigo e que começaram a aparecer durante o processo”.
Produção
A produção de “Urutau” envolve uma equipe criativa de alto nível. A trilha sonora original é de Fábio Cardia, o videógrafo Jonatan Salgado Romero cuida dos elementos audiovisuais, e a direção é de Mário Nascimento. Marcelo Zamora é responsável pelo design de palco e iluminação, enquanto os figurinos foram concebidos por Ian Queiroz, também bailarino do CDA. A produção artística está a cargo de Wallace Heldon.
Para Andressa Miyazato, “Urutau” é um marco em sua carreira, combinando técnica e sensibilidade artística em uma obra que promete encantar o público. “Espero que todos esses detalhes e sentimentos possam fluir pelo sentimento de gratidão. Gratidão pelo tempo que passei aqui em Manaus, pela entrega dos bailarinos e por ter tido essa experiência”.
Com “Urutau”, o Corpo de Dança do Amazonas (CDA) não só reafirma sua relevância no cenário cultural brasileiro, como também amplia os horizontes da dança contemporânea ao explorar temas profundos e simbólicos. Sob a direção criativa de Andressa Miyazato, o espetáculo mergulha em questões filosóficas e estéticas, trazendo à tona a dualidade entre o visível e o invisível, o movimento e a imobilidade, a presença e a ausência.
FOTO: David Martins / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
A colaboração interdisciplinar que permeia a produção, integrando dança, audiovisual, e uma rica tapeçaria de influências culturais, promete oferecer ao público uma experiência imersiva que transcende o palco. Não perca a oportunidade de vivenciar esta experiência única durante os dias 6,7 e 10 de setembro no Teatro Amazonas.
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