A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a ser instaurada na próxima segunda-feira (22/04), para investigar possíveis irregularidades cometidas pela Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), será a segunda comissão aberta em pouco mais de um ano, na gestão do atual presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Caio André (União Brasil).
A primeira CPI foi aberta em fevereiro do ano passado pela Casa Legislativa, na tentativa de apurar o trabalho executado pela concessionária Águas de Manaus, bem como cobranças irregulares de taxas de esgoto em locais sem o serviço, além de reajustes feitos pela empresa. A CPI da Águas de Manaus terminou com resultados efetivos para a população, sendo o principal a redução de 25% sobre o valor da tarifa de esgoto.
A segunda comissão, anunciada para segunda-feira, será denominada de “CPI do Caixa 2”. A investigação foi motivada pelo pagamento de um portal de notícias com dinheiro em espécie, supostamente nas dependências da Semcom, assunto repercutido após divulgação do site Metrópoles. Quatorze vereadores foram favoráveis à instauração da CPI e assinaram requerimento de abertura.
O presidente da CMM, Caio André, adiantou como será o rito para instalação da comissão na Casa Legislativa.
“Na segunda-feira nós devemos reunir com o colegiado de líderes para que eles façam as indicações dos membros que irão compor a CPI. Após a composição dos membros, eles decidirão quem será o presidente, quem será o relator e a partir daí eles tocarão essa Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar, afinal, o que o povo de Manaus quer saber que é o que aconteceu naquele evento”, explicou o presidente.
Posicionamento – Nas duas CPIs, o presidente Caio André assinou os requerimentos para instauração, acatou os pedidos dos vereadores e encaminhou para análise da Procuradoria da CMM, rito comum para instalação de uma comissão.
Na avaliação do vereador, as medidas no parlamento municipal refletem um posicionamento da população. Segundo ele, é função dos parlamentares cobrar explicações e fiscalizar possíveis irregularidades praticadas com recursos públicos.
CPI – O objetivo da CPI é apurar denúncia sobre pagamento em dinheiro a um portal de notícias da capital, conforme vídeo divulgado pelo portal Metrópoles no dia 14 de março. As imagens, conforme a publicação, teriam sido gravadas no interior da Semcom, que funciona no mesmo prédio da Prefeitura de Manaus.
Na avaliação dos parlamentares, a denúncia caracteriza possíveis atos de improbidade administrativa e crimes decorrentes de suposto desvio de verbas públicas, em razão de pagamento em espécie aos possíveis prestadores de serviços.
O então secretário da Semcom, Israel Conte, esteve no plenário Adriano Jorge em março. O ex-secretário da pasta apresentou um laudo pericial feito pela empresa particular “Smart Perícias” e foi questionado por parlamentares. Israel Conte informou que, conforme atestou a empresa, o vídeo é manipulado.
Águas de Manaus – Entre as conquistas da CPI da Águas de Manaus, foi alinhado um Termo de Ajuste de Gestão (TAG) entre CMM, Prefeitura de Manaus e a concessionária. O acordo firmou uma redução de 25% sobre o valor da tarifa de esgoto pelos primeiros dois anos e 20% nos outros dois anos seguintes.
O termo definiu, ainda, tarifa zero aos usuários que não possuem as quatro etapas do sistema de esgotamento, além de campanhas educativas, equipes itinerantes em locais indicados pela CMM e melhoria nos procedimentos de fiscalização e infraestrutura da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (Ageman).
Foto: Divulgação – Dicom/CMM
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