Por meio de poemas, alunos expressam sentimentos, vivências e sonhos
Foto: Euzivaldo Queiroz/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar
Pelo segundo ano consecutivo, a Escola Estadual de Tempo Integral (Eeti) Senador Petrônio Portella, zona centro-oeste de Manaus, realizou o projeto “Verso-terapia – a poesia a favor da autoestima”, nesta quarta-feira (13/03), que tem o objetivo de incentivar, por meio da difusão da poesia no ambiente escolar, formadores de opiniões, com o desenvolvimento do pensamento crítico.
Em 2023, o projeto recebeu, semanalmente, estudantes de todas as séries do Ensino Médio para oficinas de leitura e escrita na biblioteca da Eeti Senador Petrônio Portella.
Com aproximadamente 20 participantes assíduos na última edição, a expectativa é duplicar os membros em 2024, tendo em vista que a escola recebeu mais de 200 novos alunos para este ano letivo, como destacou o professor e idealizador da iniciativa, Rafael Neves.
“Muitos alunos novatos já demonstraram interesse em participar. Aqui, trabalhamos com poemas de diversos estilos, como cordéis, sonetos, versos livres. É perceptível o amadurecimento dos estudantes durante o projeto. Ao sair das suas zonas de conforto, eles nos mostram seu interior com muita sensibilidade”, destacou Rafael.
O retorno às atividades em 2024 aconteceu com apresentação das expectativas do projeto para os participantes. As primeiras atividades práticas deste ano letivo começam nesta quinta-feira (14/03), quando os alunos assistirão ao filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”, em alusão ao Dia Nacional da Poesia, comemorado nesta quinta. Os encontros acontecerão no horário de intervalo da unidade de ensino.
Culminâncias
No último ano letivo, as oficinas regulares de escrita e leitura resultaram na realização do primeiro “Petrônio Poeta”, o concurso de poesias da unidade de ensino. Entre escritores e declamadores, cerca de 25 alunos participaram da iniciativa, que expôs textos autorais que retratam amores, críticas, vivências e sonhos.
Para a estudante Evellyn Dias, 17, o processo de escrita desenvolvido nas oficinas ajudou a expressar sentimentos que ela não conseguia verbalizar em palavras. A discente foi a 2ª colocada no concurso, com o poema “Janela da Alma”, que fala sobre sentimentos.
“Pra mim, a escrita é como uma terapia. Escrever o que estamos sentindo, mas que não conseguimos dizer, é se expressar. Depois que comecei a participar das oficinas, passei a ler mais e hoje me considero uma leitora. Elas também me ajudaram a formular, no papel, uma maneira de escrita, coisa que eu não tinha noção de como fazer”, relatou a estudante.
Projetos futuros
A rotina das oficinas já está rendendo um calendário de ações frutífero para 2024. Neste contexto, a segunda edição do “Petrônio Poeta” já está confirmada e deve acontecer em novembro deste ano. Em paralelo, a escola também pretende lançar, já nos próximos dias, o projeto “Minas da poesia – na mão delas o verso vira ouro”, exclusivo para as alunas da unidade de ensino. O objetivo é promover um local femino de fala na escola.
Outro objetivo do professor Rafael Neves é organizar uma coletânea, em formato de livro, com todos os poemas apresentados na primeira edição do Petrônio Poeta. Com a ideia, alguns exemplares ficariam disponíveis na própria biblioteca da escola, local de nascimento e ações do projeto.
“Queremos publicar esse livro ainda este ano. Vamos exponenciar esse trabalho para além dos muros da escola, e motivar outros professores a desenvolverem atividades lúdicas a partir da arte das palavras”, finalizou o docente.
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