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Governo do Amazonas ofereceu estruturas do Ipaam no interior para servir de base para as equipes do Governo Federal
Foto: Diego Peres/Secom
Cumprindo agenda em Brasília, o governador Wilson Lima participou, nesta quarta-feira (21/08), de reunião geral com as principais pastas do Governo Federal e chefes de estados acerca da crise climática no país. Reforçando pedidos feitos anteriormente para adoção de ações de enfrentamento às queimadas e diminuição dos impactos da estiagem, Wilson Lima destacou a importância do posicionamento da União e estados no sentido de alinhar medidas emergenciais.
“Poucas vezes tivemos uma integração e uma reunião como essa para colocar todo mundo na mesma página. Isso não pode só acontecer nesse momento que a Amazônia está pegando fogo, tem que ser permanente e o ano todo, porque ano que vem teremos que enfrentar o mesmo problema, como mobilizar equipes e aeronaves para combater os incêndios. Precisamos ter um trabalho permanente de montar essas estruturas e preparar as cidades”, afirmou o governador Wilson Lima.
Ainda segundo Wilson Lima, o Governo Federal tem conhecimento que mais de 70% dos focos de incêndios no Amazonas acontecem em áreas sob a responsabilidade de fiscalização da União, no entanto, o governador reafirmou que o Amazonas não vai se abster da responsabilidade de atuar no combate esses focos.
Foto: Diego Peres/Secom
“O nosso entendimento é que essa é uma responsabilidade conjunta. Nada adianta tentar construir uma narrativa de quem é a responsabilidade, porque no final das contas são as populações que moram lá que acabam sofrendo. Há uma necessidade de fazer um trabalho integrado entre Governo Federal, estadual e prefeituras”, acrescentou.
Reunião
A reunião foi coordenada pela Casa Civil da Presidência da República, envolvendo os ministérios de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA), Planejamento e Orçamento (MPO), Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Também participaram da reunião o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama); os governadores do Acre, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Roraima; o vice-governador de Rondônia; e representantes do Mato Grosso, Pará e Tocantins.
A reunião definiu a participação dos estados no Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman) do Ministério de Meio Ambiente, que terá como representante do Amazonas o Corpo de Bombeiros Militar (CBMAM). O Ciman reúne órgãos e agências federais para adotar estratégias no combate às queimadas.
Foto: Diego Peres/Secom
Entre os encaminhamentos, o Governo Federal apresentou a criação de três frentes de trabalho interfederativas em zonas com maior número de focos de incêndio: Humaitá (AM) /Porto Velho (RO) Apuí (AM) e Novo Progresso (PA). O plano de ação e o cronograma de ações deverão ser alinhados com representantes dos estados de Amazonas, Pará e Rondônia, áreas onde as frentes atuarão de forma inicial.
O governador Wilson Lima também voltou a pedir ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) celeridade na aprovação de recursos na ordem de R$ 45 milhões no âmbito do Fundo Amazônia. O recurso será usado para fortalecimento de brigadas de incêndio e construção de quartéis em municípios no sul do Amazonas.
Para colaborar com os trabalhos, Wilson Lima ofereceu os Centros Multifuncionais do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) localizados nos municípios de Humaitá, Apuí e Boca do Acre para servir como base das ações do Governo Federal.
Dragagem
Em Brasília, o governador também tratou sobre a situação das dragagens de rios com o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Fabrício Galvão. Ele pediu celeridade no processo de contratação de empresas responsáveis pela operação em trechos com licenças ambientais concedidas pelo Ipaam.
Segundo o governador, a descida das águas em ritmo acelerado em alguns pontos, como o trecho entre Benjamin Constant e Tabatinga, no Alto Solimões, não permitirá entrada de máquinas para o processo de dragagem. Ele afirma que outros trechos precisam da intervenção de forma imediata.
Foto: Diego Peres/Secom
“Nós estamos muito preocupados com a questão do rio Madeira, mas sobretudo com o rio Amazonas, ali no trecho do Tabocal, próximo a Itacoatiara. A expectativa é que daqui a 10 dias a navegação tenha muita dificuldade com os grandes navios, com os insumos para a indústria e comércio. O compromisso do Dnit foi acelerar esses processos e a expectativa é que a dragagem possa iniciar em setembro”, destacou o governador.