Elielson da Silva Campos é apontado como o executor da morte da empresária. Luzilene Marques Alburquerque teria um caso extraconjugal com Sulivan Ferreira Maia, marido da vítima e mandante do crime.
O crime, tratado inicialmente como um latrocínio, ocorreu no dia 27 de dezembro de 2023, às vésperas do final de ano (FOTOS: Erlon Rodrigues e Lyandra Peres/PC-AM)A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), prendeu, entre quinta-feira (18/01) e esta sexta-feira (19/01), Elielson da Silva Campos, 24; Luzilene Marques Alburquerque, 39; e Sulivan Ferreira Maia, 46, por envolvimento na morte de Edy Claúdia Oliveira Alves, que tinha 41 anos. O crime, tratado inicialmente como um latrocínio, ocorreu no dia 27 de dezembro de 2023, no bairro Presidente Vargas, zona sul.
“No entanto, após as investigações, foi descoberto que seria um feminicídio, no qual o mandante do crime seria o companheiro da vítima, e houve uma interlocutora, que também tinha ligação com o mandante. Trata-se de um crime trágico, praticado diante da família da vítima, inclusive de sua filha que estava presente no local do fato”, contou.
Durante coletiva de imprensa, o delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga, em primeiro lugar, parabenizou o trabalho de investigação da DERFD e, posteriormente, contou que no dia 27 de dezembro foi amplamente divulgado pela imprensa, um crime que inicialmente foi tratado como latrocínio.
De acordo com o delegado Thomaz Vasconcelos Dias, titular da unidade especializada, o crime ocorreu por volta das 21h30 do dia 27 de dezembro, no momento em que a vítima estava retornando de uma choperia – no qual era proprietária – com a renda arrecadada.
O delegado-geral reforçou que o trabalho da Polícia Civil só termina quando os autores estão presos e tenha materialidade o suficiente para que eles respondam e permaneçam presos.
“Após a identificação do atirador, concluímos que ele cometeu o crime dissimulando um roubo seguido de morte, entretanto o seu intuito principal seria executar a Edy Claúdia, a mando de seu marido. Ele pagou R$ 10 mil para que a mulher fosse executada, inclusive de forma muito cruel, às vésperas do final de ano, na presença da filha, da sobrinha e de um neto, colocando, também, em risco a vida dos demais”, contou.
Devido a forma como o crime foi reportado inicialmente, em razão do atirador ter matado e roubado a vítima, as investigações iniciaram como sendo um latrocínio, mas durante as diligências, foi descoberto que se tratava de uma execução mediante ordem de terceiros.
“Em seguida, ele rouba 500 reais que a vítima havia jogado no chão no momento da abordagem e foge. Em 15 dias de investigação, conseguimos constatar que o crime teria participação de três pessoas: o autor, que responde por roubo majorado em regime semiaberto; a amante de Sulivan e o marido da vítima”, contou.
Conforme o delegado, Elielson confessou que no momento em que ele foi executar a Edy Claúdia, a arma deu pane. O indivíduo relatou que efetuou o primeiro disparo e percebeu que a mulher ainda estava com vida, por isso disparou mais duas vezes, e só resolveu ir embora quando viu que ela estava agonizando.
O delegado esclareceu que Sulivan deu a justificativa de que como estava em processo de separação com Edy Claúdia, ele não queria dividir os bens com a então esposa, e por conta disso resolveu ceifar a vida dela.
Segundo o titular, para que não ficasse nenhum rastro, Luzilene ficou encarregada de arrumar uma pessoa para quem seria repassado o valor de R$ 10 mil, para ser depositado na conta do atirador. Quanto a isso, as investigações irão continuar.
Elielson, Luzilene e Sulivan foram presos em cumprimento de mandado de prisão preventiva. Os dois homens foram presos na quinta, em locais distintos de Manaus, e a mulher nesta sexta-feira (19/01), no interior do Estado.
“Cabe contar, também, que o homem tem um antecedente muito grave. Em 2016, casado com Edy Claúdia, ele tinha uma amante, uma jovem, que estava grávida de seis meses e apareceu morta, afogada, na praia do Açutuba. Na noite anterior ao encontro do corpo, testemunhas viram o indivíduo chegando no local na companhia da jovem e sair sozinho. Ou seja, ele cometeu o homicídio, jogou o corpo no rio e foi embora. Ele, inclusive, é indiciado por esse caso. Será informada a prisão dele, ocorrida na quinta-feira (18/01) pela DERFD, na Vara de Iranduba para que também seja representada pela prisão preventiva dele”, disse.
Procedimentos
Durante a ação policial, foram apreendidas as roupas e sapatos utilizados por Elielson no dia do crime, bem como a motocicleta e a arma de fogo usadas.
Elielson da Silva Campos responderá por homicídio qualificado e roubo majorado e Luzilene Marques Alburquerque e Sulivan Ferreira Maia responderão por homicídio qualificado. Todos ficarão à disposição da Justiça.