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Governo do Amazonas e UNFPA capacitaram mais de 130 representantes de estabelecimentos, em Parintins
Foto: Lincoln Ferreira/Sejusc
Na terça-feira (25/06), o Protocolo “Não é Não” passou a ser obrigatório em todo o território nacional e, como primeira ação efetiva no Amazonas, o Governo do Estado realizou a identificação dos espaços como “Seguro para as Mulheres” em toda a Ilha Tupinambarana (distante 369 quilômetros de Manaus). O Festival de Parintins é pioneiro na aplicação das medidas.
A ação iniciou nesta quarta-feira (26/06) em cerca de 25 estabelecimentos treinados na Lei 14.786, para auxílio de mulheres vítimas de violências. A capacitação é fruto da parceria da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), além do apoio da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur).
Foto: Lincoln Ferreira/Sejusc
Entre os participantes da capacitação, estão mais de 130 prestadores de serviços de Parintins, abrangendo pousadas, hotéis, bares, lanchonetes, restaurantes e associações. Os currais dos bumbás Caprichoso e Garantido também se credenciaram no treinamento realizado nos dias 17 e 18 de junho.
De acordo com a secretária titular da Sejusc, Jussara Pedrosa, esta é uma realização para reforçar os direitos das mulheres durante todo o festival e no Amazonas.
“Nós iniciamos hoje (quarta-feira) justamente com a palavra que o estabelecimento é seguro e que as pessoas que estão aqui estão preparadas para acolher as nossas mulheres, e até mesmo chamar a polícia ou outros participantes da rede de proteção”, explicou a secretária.
“A adesão foi maravilhosa. Parintins é o primeiro município do Amazonas a ser capacitado nesse protocolo e a tendência é essa mesma, para que as pessoas, que as mulheres, se sintam acolhidas e protegidas aqui em Parintins”, emendou Jussara.
Foto: Lincoln Ferreira/Sejusc
Capacitação
O treinamento ocorreu nos dias 17 e 18 de junho, no Bumbódromo, e teve a adesão de mais de 130 participantes na abordagem adequada e auxílio das mulheres em situação de violência durante os eventos.
A empreendedora Elem Alfaia, que tem uma doceria no centro de Parintins, levou seus oito funcionários para o treinamento. Ela acredita que, não importa a função que exerça, se atendente, cozinheiro ou entregador, todos devem saber os direitos das mulheres e respeitá-los.
“Eu, como mulher, já sofri isso [assédio] mais de uma ou duas vezes, uma das vezes eu recebi ajuda de um homem. Então eu pensei assim ‘você precisa levar toda a equipe para ajudar’, e a capacitação foi maravilhosa, ela foi fundamental porque na nossa equipe nós tínhamos dois homens e isso abriu a mente deles e mudou o jeito de pensar deles”, avaliou a comerciante.
Foto: Lincoln Ferreira/Sejusc
Elem diz que desde o treinamento a equipe está mais atenta e com estratégias para ajudar mulheres em casos de necessidade. Agora, eles observam mais o movimento e os trejeitos que podem indicar algum tipo de desconforto de mulheres de qualquer idade e em situações diversas.
“A estratégia que eles nos ensinaram para que a gente possa ajudar as outras pessoas foi muito importante e, o que eu não quero para mim, eu não quero para minha filha, eu não quero para outra mulher. É uma forma de a gente dizer para o cara ‘não, você não pode, aqui você para! Ou você para, ou a gente pede ajuda da polícia’, destacou a doceira.
Foto: Lincoln Ferreira/Sejusc
Aplicação do Protocolo
Durante a atividade, foi repassado o que é o protocolo, quais são os direitos das mulheres nesses casos e o motivo de ser um procedimento importante para os estabelecimentos serem mais seguros, além de como esses espaços podem também apoiar o poder público, apoiar a rede de proteção para tornar o Festival de Parintins e qualquer outro espaço público mais seguro.
Todos os participantes foram certificados e seus estabelecimentos, agora, identificados como “Seguro para as mulheres”, prontos para realizar a escuta qualificada e encaminhar a mulher para o órgão competente, caso necessário.