Serviço busca restabelecer a funcionalidade dos pacientes e melhorar a qualidade de vida
FOTOS: Roberto Carlos/Secom
O tratamento oncológico pode, em alguns casos, ocasionar sequelas nos pacientes. Alguns chegam a perder a mobilidade ou autonomia em algumas atividades do dia a dia e precisam de acompanhamento fisioterapêutico, que é oferecido pela Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM).
No ano de 2023, o serviço de Fisioterapia da FCecon realizou mais de 25,9 mil procedimentos ambulatoriais. Segundo a gerente do serviço, Patricia Chagas, são atendidos pacientes oncológicos durante a quimioterapia, radioterapia ou pós-cirúrgico, nos diversos segmentos, como cabeça e pescoço, mama, uroginecológico, dentre outros.
Raimundo Roberto Martins é um desses pacientes. Em 2017, ele descobriu um câncer de próstata. Foi submetido à cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Após algum tempo, a doença se manifestou na estrutura óssea da coluna de Raimundo, debilitando-o e comprometendo sua capacidade de sentar, manter-se de pé e andar.
“Eu estava bem, andava, não sentia nada. Vinha aqui na Fundação e tomava meus remédios. Um dia, em casa, eu não conseguia mais andar. Não tinha mais força, nada”, contou Raimundo.
Reabilitação
Há cerca de dois anos, Raimundo chegou ao serviço de Fisioterapia em cadeira de rodas e também com um quadro de Neuropatia Periférica Induzida pela Quimioterapia (NPIQ), uma sequela que causa formigamento dos dedos dos pés e das mãos e, quando agravada, altera também o sistema nervoso central.
“Ele chegou com esse quadro, muito desmotivado, abatido e abalado. A queixa principal dele era de que ele queria voltar a andar”, contou Alessandra Alves, fisioterapeuta da FCecon.
A equipe de fisioterapia da FCecon identificou as dificuldades funcionais do paciente e os esboços de movimento, pois Raimundo não havia perdido totalmente a movimentação. Segundo a fisioterapeuta, os exercícios iniciaram com o paciente deitado, para melhoria de mobilidade e flexibilidade dos membros inferiores.
Aos poucos, ele foi evoluindo, conseguindo realizar pequenos avanços até que voltou a sentar, ficar em pé e andar.
“Quando cheguei aqui na fisioterapia, não mexia nem os dedos. Não movia nada. A perna todo o tempo dura. Já estou andando, já tomo banho só, porque eu não tomava só. Me sinto curado, em nome de Deus”, disse Raimundo. Ele agora incentiva outros pacientes a fazerem os exercícios e acreditarem que também irão conseguir evoluir.
Equipe
A equipe da Fundação Cecon conta com cinco fisioterapeutas no atendimento ambulatorial. Semanalmente, são atendidos cerca de 200 pacientes.
Alessandra Alves, que trabalha há cinco anos na Fundação, comemora a evolução dos pacientes e conta que os avanços a motivam no trabalho.
FOTO: Roberto Carlos/Secom
“É muito gratificante, mesmo observando diante de tanta dor e preocupação quanto ao tratamento, a gente conseguir restabelecer a função deles, melhorar a qualidade de vida, isso gera uma satisfação não só profissional. Minha gratificação pessoal é imensurável. Acabo os percebendo como um pai, uma mãe, um filho”, disse Alessandra Alves.
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