Curso é oferecido pela Fundação Hospitalar Alfredo da Matta para melhorar a rede básica nos municípios
FOTOS: Simon Carol/Fuham
A Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), instituição ligada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), finaliza, nesta sexta-feira (10/05), o Curso Básico em Hanseníase, voltado para atualização de profissionais de saúde do Amazonas. A turma reúne 15 participantes, entre médicos, enfermeiros e fisioterapeutas de seis municípios do interior do estado, além da capital. As aulas, que se iniciaram na segunda-feira (05/05), estão sendo realizadas nos ambulatórios da instituição.
O treinamento está sendo realizado pela Diretoria de Ensino e Pesquisa e Gerência de Ensino, da Fuham. Ao longo da semana, os participantes tiveram aulas expositivas teóricas e aulas práticas, além de discussão de casos clínicos, com um total de 40 horas aula de atividades.
Segundo o gerente de Ensino da Fuham, Valcimar Silveira, o objetivo principal do curso é capacitar e atualizar profissionais para implementação das ações de controle da hanseníase no Estado do Amazonas. “Nesse curso, a Fundação Alfredo da Matta oferece aos profissionais de saúde conhecimento para que eles possam atender os pacientes de hanseníase com mais segurança”, explica Valcimar.
Ainda de acordo com o gerente de ensino da Fuham, uma nova turma já está prevista para o segundo semestre do ano. “Depois desse curso, nós teremos outro no mês de setembro, pois a Fundação tem um compromisso de capacitar profissionais, haja vista nós coordenamos o Programa de Hanseníase do Estado, então esse é o nosso compromisso: capacitar para que eles possam atuar, junto a sua população, no seu município, fazendo diagnóstico com segurança”, complementa.
Programação abrange teoria e prática
As aulas abordam temas que vão desde os conhecimentos básicos sobre a hanseníase – como sua forma de transmissão, sintomas, tratamentos – passando pela prevenção da incapacidade física que a doença pode causar, o diagnóstico laboratorial, até a importância da vigilância epidemiológica.
Além dos aspectos clínicos, questões de âmbito social que envolvem a hanseníase também fazem parte da programação. “A gente busca fazer rodízio com eles [participantes] nos setores, onde mais eles precisam: na questão da prevenção de incapacidades, no diagnóstico, juntamente com outros médicos; fazendo o ambulatório com eles, o dia a dia, porque a dificuldade deles é grande quando estão no município; hoje estão vendo uma outra realidade, vivenciando a prática”, explica Valcimar Silveira.
A programação que mescla conteúdos teóricos, com vivências práticas oportuniza aos participantes a experiência de atendimento a pacientes com todas as suas especificidades, além da troca de conhecimentos com os especialistas da Fuham, metodologia que agrada aos participantes. “A partir do momento que a gente vê aquela lesão, aquela alteração na função [de nervos, que pode ser afetada pela hanseníase], a gente, quando for consultar no município, vai lembrar e ter aquela ideia que nós tivemos aqui; é muito importante essa teórica-prática, [ver] o paciente ao vivo e não só ter aquela imagem de um livro”, explica o médico Euclides Vicente da Silva.
FOTOS: Simon Carol/Fuham
Vindo do município de Maraã (a 634 quilômetros de Manaus), Euclides também ressaltou a importância de aprimorar e atualizar seus conhecimentos com especialistas da Fuham e destaca, ainda, que o objetivo é voltar ao município e compartilhar os conhecimentos com os colegas para aprimorar a busca ativa de casos para diagnóstico precoce e tratamento da hanseníase.
“Eu me sinto feliz por poder estar aqui na Fuham, podendo aprimorar mais os conhecimentos, reaprender e relembrar alguns conceitos, coisas novas e levar para meu município esses conhecimentos e difundir com os colegas, para a gente não deixar passar desapercebido alguns casos, aprender mais para fazer uma busca ativa e tratamento oportuno”, explica Euclides.
Jaqueline Soares, também é médica e atua no município de Carauari (a 788 quilômetros de Manaus). A profissional destaca que a participação no curso tem sido uma oportunidade enriquecedora e a troca de experiências com profissionais da Fuham a tem inspirado a aprimorar o seu olhar sobre a dermatologia.
“Esse curso tem trazido conhecimento para a nossa prática, na Atenção Básica; [a Fuham] esteve no município e o Programa [Dermato Saúde Amazonas] abriu os olhos, pelo menos para mim, para o atendimento sobre dermatologia; a doutora Rossi [Rossilene Cruz] despertou essa vontade de participar e fazer uma residência em dermatologia; então está sendo enriquecedor para mim como profissional, pessoal e como para meu trabalho também, porque muitas lesões [de hanseníase] passavam desapercebidas, sim, na Atenção Básica”, ressalta Jaqueline.
Os facilitadores do curso básico são todos profissionais da Fuham, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistente social, farmacêutico-bioquímico e técnicos com grande experiência em suas áreas.
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