Em São Gabriel da Cachoeira, o reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, acompanhado da diretora do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), professora Iraildes Caldas Torres, reuniram-se com lideranças locais para estreitar e reforçar parcerias com a finalidade de fortalecer a missão da Universidade naquele extremo geográfico.
Numa cidade em que a educação, a proteção da fronteira, a cultura e as crenças caminham juntas, a parceria entre atores estratégicos é uma força motriz para o desenvolvimento em diversas frentes. Alinhado a essa perspectiva, o Ministério da Educação (MEC) já havia anunciado a construção de um novo campus da Ufam na cidade de São Gabriel da Cachoeira, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Leia a notícia.
Na agenda, reitor e diretora estiveram com o comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, general Nilton Diniz Rodrigues, o bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, Venthui Neto e o diretor-presidente eleito da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Dário Baniwa.
“Estamos acompanhando novos capítulos na história da educação superior para esta que é uma cidade com características ímpares na região. Após o anúncio do Ministério da Educação para cá, sobre investimentos para estruturação de um campus que sedie cursos de graduação e pós-graduação, entendemos que essas cooperações com atores estratégicos são cada vez mais necessários para que alcancemos os objetivos a que nos propomos alcançar”, considerou o reitor, lembrando a presença da Universidade naquela fronteira há quase 40 anos.
Diretora do IFCHS, uma das unidades que oferta Licenciaturas Indígenas (além da Faculdade de Educação) naquele município, a professora Iraildes Torres mencionou que toda a sociedade local ganha quando se promove uma qualificação em níveis mais especializados.
“Vários postos de gestão em São Gabriel e de municípios próximos são ocupados por egressos nossos. Todas as instituições, para serem geridas de maneira eficiente, precisam acompanhar as demandas do tempo e do espaço, adequando-se às novas agendas do campo social e do trabalho, e nós estamos aqui para contribuir”, disse, celebrando o encontro com as autoridades do Alto Rio Negro.
Pela Foirn, o diretor-presidente da Foirn relembrou a trajetória de lutas dos povos originários da região.
“A vinda da Ufam para este ponto do mapa é fruto de sensibilidade da Instituição e da nossa parte de um anseio para uma construção coletiva. Tudo o que estamos vivenciando recentemente é uma devolutiva para nossa gente. Não fizemos, nem faremos nada sozinhos, por isso as colaborações são tão importantes”, relembrou Dário Baniwa.
O comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, general Nilton Diniz Rodrigues, defendeu que “cuidar da Amazônia é cuidar das pessoas que aqui vivem. Nesse sentido, o triângulo que rege a soberania do Brasil nesse território sempre foi pautado pela presença de três Instituições, a Igreja, o Exército e a Academia”. Conforme apontou o comandante, a chegada da Ufam vem a reforçar esse último vértice. “E isso faz que o mundo compreenda cada vez mais a complexidade e a profundidade da cultura indígena e consolidando com ainda mais força o sentimento de sermos todos partes de uma mesma Nação”, finalizou o militar.