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Projeto contempla a tradição oral e a biodiversidade da floresta em um espetáculo inédito
Foto: Divulgação/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
Durante os dias 22 e 23 de agosto, às 19h30, o Teatro da Instalação vai ser casa de um espetáculo especial que promete encantar o público ao harmonizar elementos culturais e naturais da região amazônica. “Ladainhas, a Ópera da Amazônia” surge como uma iniciativa ousada que celebra e resgata as tradições orais, incorporando sons da natureza em uma experiência sinestésica e emocional.
O projeto, contemplado em edital da Lei Paulo Gustavo, executado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, é liderado por Neto Simões e pela doutora Leina Regina Tavares Monteiro, que juntos uniram forças para criar um espetáculo de grande impacto social e cultural.
Em “Ladainhas, a Ópera da Amazônia”, a plateia é convidada a embarcar em uma jornada transcendente pelas tradições da região. Desde os cânticos sagrados indígenas até as influências europeias e africanas, cada ato do espetáculo busca narrar a história da Amazônia, passando pelos mitos da criação até os desafios atuais de preservação ambiental.
Foto: Divulgação/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
O espetáculo tem como objetivo principal preservar e celebrar as riquezas culturais da Amazônia, unindo música, dança e teatro em uma obra que evoca a tradição das ladainhas e a música regional. Utilizando bioinstrumentos construídos com materiais sustentáveis da própria floresta, e sons da natureza como trilha sonora, o espetáculo propõe uma reflexão profunda sobre a relação entre homem e meio ambiente.
“A ideia surgiu durante uma pesquisa de campo sobre os recomendadores de almas nas comunidades ribeirinhas de Maués”, explica Neto Simões. “Fiquei impressionado com a forma como a natureza interagia com os mestres da cultura durante os cânticos. Era como se a floresta estivesse viva, respondendo aos sons com o rugido dos guaribas, o canto das corujas. Foi aí que percebi que estávamos diante de uma ópera genuinamente amazônica”, conta.
O cenário, cuidadosamente planejado para evocar as paisagens da floresta, complementa a poderosa interpretação dos artistas, que reconstroem as ladainhas tradicionais em um contexto contemporâneo. “Nossa intenção é reacender a chama dessas tradições que, com o tempo, foram se apagando”, comenta Leina Tavares. “Queremos que o público se conecte profundamente com suas raízes, relembrando as celebrações que outrora faziam parte do cotidiano”, afirma.
Foto: Divulgação/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
O projeto promete causar emoções fortes, mas também visa inspirar o fortalecimento de identidades culturais e a criação de novos coletivos artísticos. “O que buscamos com esse projeto é inspirar outras comunidades a preservar e celebrar sua cultura”, afirma Leina. “Nosso coletivo, que hoje reúne cerca de 40 pessoas, é apenas o começo. Queremos ver outros grupos surgindo e trazendo à tona a diversidade e o misticismo que permeiam a vida na Amazônia”, diz.
Foto: Divulgação/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
Apelo urgente
Além de um tributo às tradições ancestrais, “Ladainhas, a Ópera da Amazônia” lança um apelo urgente à preservação da floresta e de suas culturas, ressaltando a necessidade de proteger este ecossistema único para as futuras gerações. A obra não é apenas uma representação artística, mas um manifesto em defesa da Amazônia, que encontra na arte um poderoso meio de conscientização e celebração.
Neto Simões e Leina Tavares estão confiantes de que o espetáculo deixará uma marca duradoura na memória de seus espectadores. “Esperamos que o público saia do teatro tocado, não apenas pela beleza das apresentações, mas também pela reflexão sobre a importância de proteger nossa cultura e nosso meio ambiente”, conclui Simões. “Este é mais do que um espetáculo; é um convite para que todos se tornem guardiões da Amazônia.”
“Ladainhas, a Ópera da Amazônia” estreia na quinta-feira (22/08), contando com outra apresentação na sexta-feira (23/08), ambas às 19h30, prometendo ser um marco na celebração da cultura e da biodiversidade amazônicas. Uma experiência imperdível para quem deseja se reconectar com a essência e a magia da floresta Amazônica.