Simone Diniz contou sua história em evento da Ejud11, que contou com homenagens às mulheres
Dia Internacional das Mulheres é um dia de luta. E para marcar as lutas e os desafios diários que são superados pelas mulheres em todos os setores da sociedade, a Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (Ejud11) abriu o Ano Letivo, na manhã da sexta-feira (8/3), com a palestrante Simone Diniz. Ela, mulher, negra marcou seu nome na história, na luta de gênero e contra o racismo, ao denunciar o preconceito sofrido ao ser informada que sua cor era impedimento para uma vaga de babá.
Simone André Diniz poderia ter se resignado e deixado de lado a ofensa. Decidiu pela denúncia, e foi vítima de um judiciário, na época, racista. Ela seguiu em frente e denunciou o Brasil no Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Hoje colhe os resultados de sua luta e reivindica que as mulheres negras ocupem os espaços de poder. “Tem que ter negras doutoras, juízas. Que poder é esse que a cor diminui a capacidade das pessoas negras? A mulher negra pode tomar conta do filho da madame, mas não pode ser doutora? Pode sim”, disse a ativista.
Hoje a ativista faz faculdade de gastronomia para realizar o sonho de ter seu próprio buffet e compartilhou sua história com os magistrados, servidores, terceirizados e convidados da Abertura do Ano Letivo da Ejud11. De acordo com a diretora da Escola, desembargadora Ruth Barbosa Sampaio, ao falar durante a abertura do ano letivo, a história de Simone lembra a história de tantas outras mulheres que lutam contra a desigualdade, todos os dias. “Nós, mulheres, ainda vivemos em um mundo no qual somos discriminadas e coisificadas”, enfatizou.
Ao iniciar o evento e dar boas-vindas aos convidados, o presidente do TRT-11, desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva, lembrou da dedicação das mulheres, mesmo diante do abandono por parte de seus companheiros, citando os dados relacionados às mães de autistas. “Quando nascem crianças autistas, 30% dos pais abandonam as mães e as crianças. As mulheres não fazem isso. A mulher não abandona os filhos”, disse.
Calendário
Ainda como parte da programação do evento, o vice-diretor da Ejud11, juiz do trabalho Igo Zany Nunes Correa, apresentou o calendário da Escola Judicial para 2024. “Reiteramos que se trata de uma proposta de sensibilidade e transformação da magistratura”, declarou.
Mesa de honra
O evento aconteceu com a participação de autoridades e convidados especiais. Além dos já citados, compuseram a mesa de honra: o desembargador Cézar Luiz Bandiera, diretor da Escola Judicial, representando o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM); a desembargadora Joicilene Jerônimo Portela, corregedora regional do TRT-11; a procuradora do Ministério Público do Trabalho da 11a Região (MPT), Joali Ingrácia Santos de Oliveira; a desembargadora decana do TRT-11 Solange Maria Santiago Morais, diretora do Centro de Memória; a juíza do Trabalho titular da 18a Vara do Trabalho de Manaus, Selma Thury Vieira Sá Hauache, representando a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra 11); a juíza do Trabalho substituta Larissa de Souza Carril, coordenadora da Comissão Regional de Incentivo à Participação Feminina do TRT-11; o advogado Carlos Alberto Ramos Filho, diretor da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Amazonas. Estiveram presentes os desembargadores do TRT-11: Márcia Nunes da Silva Bessa, Ormy da Conceição Dias Bentes, Jorge Alvaro Marques Guedes, e Alberto Bezerra de Melo; além de juízes, servidores, advogados e estudantes.
Teatro
Após a palestra de Simone Diniz, houve uma encenação teatral do Grupo Interarte relacionado ao tema. A cantora regional Márcia Siqueira brindou os presentes com músicas dedicadas às mulheres.
Assista a íntegra do evento no YouTube da Ejud11:
https://www.youtube.com/watch?v=Fe4tHT4rZNE
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Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Emerson Medina
Foto: Roumen Koynov