A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou, nesta segunda-feira, 1º/4, o processo de capacitação de 160 Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) no “Combate às Doenças Transmitidas por Vetores – Com ênfase na Malária”. A primeira turma da capacitação, realizada no auditório do Complexo de Saúde Oeste, conjunto Santos Dumont, bairro da Paz, reúne 30 ACSs que atuam em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da zona rural de Manaus, seguindo até quarta-feira, 3/4.
De acordo com o chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa, Alciles Comape, estão programadas quatro turmas para a capacitação, duas no mês de abril e duas em maio, com a participação de ACSs que atuam nas zonas rural, Leste e Oeste, que são os territórios de Manaus com ocorrência de casos autóctones (casos transmitidos localmente).
“A intenção é reforçar, de forma geral, a capacitação dos ACS em relação às arboviroses, que são doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos como o Aedes aegypti, vetor de transmissão da dengue. Mas o foco principal nesta capacitação é orientar sobre o combate à malária, transmitida pelo mosquito Anopheles. É mais uma estratégia da Semsa de preparação da rede municipal para atuar no período sazonal da malária, que inicia no mês de junho, quando há aumento no número de casos da doença”, informou Alciles Comape.
O conteúdo programático da capacitação aborda os temas: Situação epidemiológica das doenças transmitidas por vetores no Amazonas e Manaus; Entomologia de vetores de importância à saúde pública; Arbovírus no contexto municipal; Práticas de Educação em Saúde no Contexto das doenças transmitidas por vetores; Estudo de caso de arbovírus; Epidemiologia da malária, ciclo do Anopheles e aspectos clínicos; Tratamento para malária; Papel da Atenção Primária no contexto das ações de prevenção e controle da malária; Intervenções de Educação em Saúde sobre malária no território sanitário; Tipos de diagnósticos da malária; Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep-Malária); Coleta e confecção da gota espessa e teste rápido para malária (teoria e prática); Preenchimento e Notificação Sivep (teoria e prática).
Durante o início da capacitação, o diretor do Distrito de Saúde (Disa) Rural, Rubens Santos, lembrou que a zona rural é a principal área de transmissão da malária em Manaus e que, atualmente, há uma preocupação com o registro de casos nas comunidades da área fluvial de Nossa Senhora do Livramento, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora.
O diretor explicou que são áreas que recebem muitos visitantes, o que tem como consequência novos casos de malária em moradores da área urbana, mas com a contaminação ocorrendo na zona rural de Manaus, e que a capacitação dos ACS é uma estratégia essencial para que possam compartilhar as informações com os moradores das comunidades rurais.
“Assim, os moradores podem compartilhar as informações com aquelas pessoas que chamamos de população flutuante, que moram na área urbana, mas visitam com frequência a área rural. O morador não vai conseguir eliminar o mosquito, que é da natureza, mas pode controlar a doença com medidas de prevenção, evitando exposição em determinados horários e utilizando equipamentos de proteção, como mosquiteiros”, afirmou Rubens Santos.
Para a ACS Deysyanne da Silva Costa, que há um ano é servidora da UBS Nossa Senhora Auxiliadora, a capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde vai reforçar as ações que a unidade de saúde já desenvolve, normalmente a partir do trabalho dos Agentes de Controle de Endemias (ACEs).
“A capacitação vai aprofundar o nosso conhecimento para que possamos reforçar as atividades de controle da malária, que era um trabalho realizado mais pelos ACEs, como a coleta para o exame da gota espessa. Também vamos ter mais conhecimento para preencher as notificações de casos no Sivep Malária”, destacou Deysyanne Costa.
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Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa