Cães policiais tornam-se aliados na recuperação e no progresso cognitivo, emocional e físico de pacientes em hospitais, asilos e clínicas (Foto: Vicente Silva / PMAM)
Desde o ano passado, a Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães) da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) vem desenvolvendo um projeto inovador e tocante: Atividades Terapêuticas Assistidas por Cães. Essa iniciativa visa levar conforto, apoio emocional e bem-estar para pacientes hospitalizados, especialmente crianças e adultos em instituições de saúde.
A Terapia Assistida com Cães utiliza o contato com esses animais em um método terapêutico complementar no tratamento de pacientes hospitalizados. Os cães policiais, treinados e certificados para essa função, têm se tornado verdadeiros aliados no processo de recuperação e enfrentamento das dificuldades enfrentadas por aqueles que estão em tratamento.
Desde visitas em hospitais e instituições de assistência, esses animais têm desempenhado um papel crucial na jornada dos pacientes.
Os cães Jatobá e Jaca, das raças Jack Russell e Pinscher, são os principais responsáveis por levar conforto e afeto às crianças e adultos em tratamentos, proporcionando bem-estar durante todo esse processo.
Segundo o comandante da CIPCães, major PM Marcelo Arruda, o trabalho da terapia assistida por animais acontece visando o bem-estar emocional e físico das pessoas através do contato com os cães. A ideia de integrar a terapia assistida por animais ao trabalho da companhia surgiu da observação dos efeitos positivos que os cães têm sobre as pessoas, mesmo em situações de alto estresse.
“Notamos que, em algumas comunidades onde atuamos, os cães não apenas cumpriram seus papéis em operações, mas também proporcionaram alegria às pessoas, especialmente crianças. Isso nos levou a pensar em como poderíamos estruturar uma forma de beneficiar um número maior de indivíduos”, revelou o major.
O comandante da CIPCães ressalta ainda que os benefícios do acompanhamento são vastos e variam de acordo com cada indivíduo. “No geral, podemos falar em redução do estresse e da ansiedade, melhora da autoestima, incentivo à comunicação e socialização, além do estímulo à atividade física, no caso de interações que envolvem brincadeiras ou passeios. Para pessoas com condições específicas, como TEA (Transtorno do Espectro Autista) ou depressão, os benefícios podem ser ainda mais significativos”, explicou.
Um dos formatos que são feitos os atendimentos, acontece com as sessões em grupo, onde um terapeuta ou psicólogo acompanha um conjunto de pacientes com um, ou mais cães. As atividades são variadas e podem incluir desde simples afagos até tarefas mais estruturadas, como comandos básicos para interação com o cão. “Em outros casos, temos visitas individuais a pacientes em hospitais ou instituições, onde o objetivo é proporcionar conforto e companhia”, conta o major PM Marcelo Arruda.
Os desafios enfrentados nestas ações são garantir que os cães estejam sempre em condições adequadas de saúde e bem-estar, considerando que este trabalho também pode ser desgastante para os animais. Além disso, há o desafio da sensibilização e aceitação em alguns ambientes, onde a terapia assistida por animais ainda é vista com certo ceticismo.
De acordo com a psicóloga do Instituto da Pessoa com Deficiência (PCD), Íris Moraes, mais nova instituição parceira da CIPCães, o dia na instituição se torna muito proveitoso com a presença dos cães. “Essa terapia tem trazido para as crianças com TEA um resultado surpreendente. Tem trazido um feedback maravilhoso, estamos muito alegres, muito contentes com o que está acontecendo com a interação das crianças, que tem sido fundamental com o Jatobá e a Jaca, amigos e colaboradores maravilhosos”, enfatiza.
A profissional destaca ainda que como psicóloga do instituto ficou muito contente com o projeto. “Quero agradecer essa parceria, tenho certeza que vem agregar e trazer para as crianças um desenvolvimento intelectual, cognitivo. Os animais interagem através do relacionamento das crianças e é muito fofo como as crianças abraçam e acolhem os animais”, disse.
A terapia assistida por animais ganha visibilidade e reconhecimento pelos seus benefícios, o que tem aberto portas para mais estudos e projetos na área. “Acredito que, com o tempo, veremos uma integração ainda maior dessas terapias nos sistemas de saúde e educação, beneficiando mais pessoas”, finalizou o major PM Marcelo Arruda, comandante da CIPCães.
Com o sucesso e os resultados positivos alcançados até agora, o projeto de Terapia Assistida por Cães da Polícia Militar do Amazonas promete continuar expandindo suas atividades, levando conforto e esperança para ainda mais pessoas em suas jornadas de recuperação e superação.
O Comando de Policiamento Especializado (CPE) da PMAM vai além do comprometimento com a excelência no combate ao crime, estendendo-se à sociedade amazonense com projetos sociais e terapêuticos conduzidos por suas unidades, transformando vidas e promovendo uma abordagem policial próxima à comunidade.
Atendimentos
Nos últimos meses os cães realizaram atendimentos na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e com o Grupo de Apoio da Criança com Câncer (GACC), com evento inaugural, sendo comemorado por profissionais de saúde, pacientes e policiais militares.
Também aconteceram os encontros para crianças do orfanato Casa Esperança em Manacapuru e, na última semana, foi realizado atendimento no Instituto Pessoa com Deficiência (PCD), Juntos Somos Mais Fortes, no bairro Parque 10 de Novembro.