HPS 28 de Agosto recebeu, somente nos primeiros quatro meses deste ano, mais de 12,7 mil pacientes classificados como de pouca urgência
FOTO: Evandro Seixas e Divulgação/SES-AM
Nos primeiros quatro meses de 2024, o Hospital e Pronto Socorro (HPS) 28 de Agosto, da rede estadual de saúde, recebeu 12.736 pacientes classificados como não emergenciais e que, portanto, deveriam ter sido atendidos na atenção básica. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) chama atenção para o fato e orienta a população para que busque a unidade correta, sem sobrecarregar as que são para atendimento dos casos mais graves.
Conforme levantamento da SES-AM, de janeiro a abril, o HPS 28 de Agosto atendeu 5 mil pacientes classificados com pulseira “branca”, considerados “sem riscos”, 7 mil com a “verde”, de pouca urgência, e 736 com a “azul”, de não urgente. A classificação de risco, conforme explica a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, é uma ferramenta padrão adotada pelas unidades de saúde, em todo o país.
O que acontece no 28 de Agosto, segundo a secretária de Saúde, se repete também nos demais prontos-socorros da rede pública de saúde. “Como são unidades de portas abertas, acabam absorvendo todos os pacientes que chegam, mas é preciso esse alerta e a conscientização de que são hospitais exclusivos para os casos de alta complexidade. Precisamos ter seus esforços concentrados para esse atendimento”, afirma.
Nayara Maksoud reforça que o sistema de saúde é planejado para que todos tenham o atendimento necessário e adequado, destacando que casos classificados como “branco”, “verde” e “azul” devem ser tratados nos Serviços de Pronto Atendimento (SPAs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), da rede estadual, e Unidades Básicas de Saúde (UBSs), do município.
“Dentro do sistema de saúde existe a classificação de risco, que é feita durante a triagem e tem como objetivo avaliar e identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com a gravidade clínica, potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Por isso, a importância de a população saber para qual unidade de saúde deve se encaminhar, em cada situação. Pacientes com gravidade têm total prioridade nos prontos-socorros”, esclarece a secretária.
FOTO: Evandro Seixas e Divulgação/SES-AM
A secretária-executiva de Assistência da SES-AM, Liege Rodrigues, observa que a sobrecarga nos atendimentos nas unidades de urgência e emergência deve-se, muitas vezes, ao desconhecimento da população sobre qual unidade procurar. “Muitas pessoas ainda têm dúvidas relacionadas a quais unidades devem se direcionar para receber assistência, de acordo com os problemas de saúde que estão sentindo, por não saberem a diferença e suporte oferecidos em UBSs, UPAs, SPAs e prontos-socorros”, pontuou.
Classificações de risco
Branco – Pacientes sem risco, em atendimento ambulatorial ou que não estão hospitalizados, que precisam realizar medicamentos endovenosos com acompanhamento médico ou de equipe de saúde, ou para realização de exames de diagnósticos, como raio-X, tomografia e ressonância.
Azul – Casos classificados como “azul”, são os não urgentes, de menor complexidade e sem problemas recentes. O paciente deve ser atendido e acompanhado no consultório médico, no formato ambulatorial, nas UBSs ou Unidades de Saúde da Família (USFs).
Verde – Considerados casos poucos urgentes, são pacientes que exigem atendimento, mas podem ser assistidos no consultório médico, de forma ambulatorial. Esses pacientes podem procurar a UPA ou atendimento ambulatorial em UBSs ou USFs.
Perfil das unidades de saúde
UBS – Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), a chamada porta de entrada é a UBS, também conhecida popularmente como “posto” ou “centro de saúde”. As UBSs prestam atendimentos de rotina, consultas, tratamentos, vacinas, acompanhamento médico e distribuição de medicamentos gratuitos. Também é o caminho indicado para casos leves e moderados, como sintomas de gripe, tontura, dor abdominal, mal-estar, diarreia, vômito e conjuntivite, além de tratamento e acompanhamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
SPA – O Serviço de Pronto Atendimento é destinado a ocorrências de baixa e média complexidades, que não envolvam risco de morte ou de lesões irreversíveis. Pessoas com mal-estar, dores, febre ou gripe podem ser atendidas nos SPAs. Além dos atendimentos e consultas, procedimentos como curativos, aplicação de injeções e inalação são realizadas nessas unidades.
UPA – São unidades de saúde destinadas ao atendimento de urgência e emergência de média complexidade, como crises de hipertensão, convulsões, entre outros.
Hospital e Pronto-Socorro – São destinados ao atendimento a pacientes em estado de urgência ou emergência, com risco eminente de morte, como pessoas acidentadas, com suspeita de infarto, derrames, apendicite, pneumonia, fraturas, entre outras complicações. Atendem situações de emergência que necessitam de internação, cirurgias, acompanhamento cirúrgico, exames mais elaborados, maternidade, exames de imagem e casos mais complexos. Realizam atendimento de alta complexidade.
O post SES-AM orienta sobre atendimentos de atenção básica, que causam sobrecarga nas unidades de alta complexidade apareceu primeiro em Agência Amazonas de Notícias.