As licenças autorizam a instalação de um porto com capacidade de escoar 2,4 milhões de toneladas por ano do fertilizante extraído de Autazes
Foto: Mauro Neto
O governador Wilson Lima entregou, nesta segunda-feira(29/04), três novas licenças ambientais para avanço do Projeto Potássio Autazes, no município (a 112 quilômetros de Manaus). Entre as quais, a autorização para obra de instalação de um porto fluvial na Vila de Urucurituba, naquele município, na margem esquerda do rio Madeira, nos próximos dois anos, com capacidade de escoamento de até 2,4 milhões de toneladas de Cloreto de Potássio por ano.
As outras duas autorizações concedidas são para a perfuração de dois poços de água potável, que vão complementar a infraestrutura do complexo. No dia 8 de abril, o governador entregou a primeira licença de instalação para realizar a chamada lavra subterrânea, que consiste na retirada do minério abaixo do solo.
“Esse vai ser o maior porto ou um dos maiores do mundo em termos de tonelagem para embarque e desembarque de mineração. É importante essa atividade porque estamos tratando do potássio que é uma outra matriz econômica do estado do Amazonas, um investimento inicial de aproximadamente R$13 bilhões e vai ser fundamental para garantir o preço dos fertilizantes no Brasil e também a segurança alimentar do planeta”, destacou o governador Wilson Lima.
Foto: Mauro Neto
As licenças são emitidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) à Potássio do Brasil. Além de autorizar a expansão do projeto, as licenças seguem a legislação ambiental vigente e determinam que a empresa responsável pelo projeto cumpra todas as condicionantes ambientais previstas e necessárias.
O porto que será construído terá uma área de aproximadamente 20,5 hectares (equivalentes a 21 campos de futebol). Sua capacidade será 40% superior à dos portos do chamado Arco Norte, que abrangem as cidades de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), Santarém e Vila do Conde (ambas no Pará). Esses locais são usados para a entrada de fertilizantes e recebem 1,7 milhões de toneladas.
Segundo a empresa, com a autorização, os trabalhos administrativos que antecedem o início das obras já começam imediatamente. Na atual fase, o Ipaam emite as licenças de instalação, ou seja, para o preparo da montagem da estrutura que vai permitir a futura fase de operação, a exemplo maquinários e construções para os trabalhos. O órgão segue em análise de outras atividades e serviços que deverão ser desenvolvidos.
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Economia, emprego e renda
Com as emissões das licenças, o governo Wilson Lima destrava o processo de quase 15 anos e estabelece um novo marco na economia do Amazonas. Somente na fase de preparo e construção do complexo, a previsão é gerar de 2,6 mil empregos diretos a 4,2 mil no pico da obra nos próximos quatro anos, além de outros 16 mil empregos indiretos. A Potássio do Brasil já iniciou o processo de contratação do pessoal de campo com o recebimento de currículos e, em breve, com a seleção de pessoal.
Ainda conforme expectativas da empresa, os investimentos previstos são de US$ 2,5 bilhões (R$ 13 bilhões, aproximadamente, que serão somados aos mais de R$ 1 bilhão já investidos). Quando estiver em funcionamento, essa nova matriz econômica do estado deverá gerar 1,3 mil postos de trabalho diretos na fase de operação da Mina de Silvinita, sendo que o uso de mão de obra local será de até 80%. Ao todo, serão gerados mais de 17 mil empregos no Amazonas nos próximos anos.
Foto: Mauro Neto
Mercado de potássio
O Cloreto de Potássio é um dos minerais mais importantes para a indústria de fertilizantes agrícolas do mundo. O minério é matéria-prima para produzir fertilizantes.
Com a fase de operação prevista para durar mais de 23 anos, o Projeto Potássio Autazes permitirá maior competitividade do produto feito na região em relação ao produto importado. A produção do Amazonas passará a ser a maior do país atendendo 20% da demanda nacional e vai reduzir a importação do potássio.
Atualmente, 95% do potássio usado no Brasil vem do exterior. Países como Canadá, Rússia, Bielorrússia, Alemanha e Israel são alguns dos que atendem a demanda do Brasil. O volume de 20% de cloreto de potássio que a produção do Amazonas vai atender corresponde a média de 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio por ano.
Entre as vantagens para o agricultor brasileiro, como dos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia, estará o acesso a um produto de alta qualidade, de forma mais rápida e com menores custos. Ao agricultor do Amazonas os preços serão mais baixos em relação aos praticados atualmente na região em função da proximidade.
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