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Com o suporte da literatura regional, alunos puderam conhecer um pouco mais sobre a história dos povos originários
Fotos: Euzivaldo Queiroz / Secretaria de Estado de Educação e Desporto EscolarAlunos do Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Elisa Bessa Freire participaram nesta segunda-feira (14/04), do primeiro dia da 3ª Mostra Cultural dos Povos Indígenas, retratando a cultura dos povos indígenas do Amazonas com o tema ‘A travessia de Ytanajé: um romance Munduruku’. O evento celebra o Dia dos Povos Indígenas, em 19 de abril.
O primeiro dia de mostra teve início com a apresentação da peça teatral “A travessia de Ytanajé”, encenada por alunos do 7º ano. A peça retratou a história contada no livro “Canumã: A Travessia”, do autor indígena Ytanajé Cardoso, que também marcou presença no evento para participar de uma mesa redonda mediada por alunas da turma do 7º ano.
Os estudantes encenaram a trajetória de um indígena rumo à cidade, retratando o racismo e demais preconceitos impostos aos povos originários do Brasil.
A preparação para o evento começou ainda em fevereiro, com a leitura da obra pelos alunos. Após isso, a professora Dorotéia Duarte, que leciona a disciplina de História, passou a introduzir temas relacionados à cultura indígena durante suas aulas. A escola promoveu também uma roda de conversa com mulheres do Alto Rio Negro, abordando os desafios de ser uma mulher indígena na sociedade atual.
“Que a gente possa quebrar os estereótipos que existem em relação aos povos indígenas, de que eles estão atrasados, parados no século XV, no século XVIII, que eles não tem uma cultura ou que, por estar em um contexto social, não possam defender a sua cultura, não possam se identificar enquanto indígenas. O propósito é a valorização, o respeito, e a quebra de estereótipos”, ressaltou a professora.
Após a apresentação teatral, a mesa redonda com a presença do escritor Ytanajé Cardoso e mediação das alunas do 7º ano foi formada. Ytanajé é da etnia Munduruku e relatou um pouco de sua trajetória aos alunos, que, com os olhos atentos, puderam conhecer um pouco do processo criativo do livro “Canumã: A Travessia”, que haviam lido em sala de aula. Cheios de curiosidade, a conversa se prolongou com os questionamentos dos alunos.
Fotos: Euzivaldo Queiroz / Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar“Eu achei a entrevista muito legal, pois nós tiramos nossas dúvidas, e tivemos uma conversa. O autor é muito legal, amei a roda de conversa e super faria de novo. Agradeço o autor e o momento que ele teve com a gente”, ressaltou a aluna Larissa Conceição, 12, uma das mediadoras da mesa redonda.
Durante o encontro, o autor Ytanajé enfatizou a importância da leitura para sua vida e incentivou que os alunos comecem a ler outros autores indígenas, ressaltando que é nesse tipo de literatura em que se reconhecerão e reconhecerão a própria realidade.
“É o caminho de uma literatura em que nós possamos nos enxergar, que possa ser uma literatura da nossa região, das nossas vidas, do nosso imaginário, e foi isso que eu busquei colocar nessa literatura. Os alunos perguntaram, se engajaram, e eu fiquei muito feliz porque percebi que eles de fato estão lendo, estão se engajando, estão gostando da leitura porque estão se vendo também na história”, declarou o autor.
Na terça-feira (15/04), a Mostra Cultural dos Povos Indígenas seguirá com a exposição de salas temáticas abordando a cultura, a culinária e os esportes tradicionais indígenas.