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Relatório está disponível para consulta no site do Instituto e será compartilhado com órgãos de controle e gestão ambiental
FOTOS: Moisés Henrique/IpaamAs águas da Bacia do Tarumã-Açu, na zona oeste de Manaus, estão dentro dos padrões de qualidade definidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), mas apresentam redução progressiva da capacidade natural de depuração. O relatório técnico foi elaborado pelo Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Amazonas (ProQAS/AM), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com a Gerência de Recursos Hídricos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Os dados do documento recebido, nesta terça-feira (12/08), pelo diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Gustavo Picanço, focaram em nove parâmetros do Índice de Qualidade das Águas (IQA), coliformes, pH, oxigênio dissolvido, turbidez, fósforo e outros.
Segundo Picanço, o relatório está disponibilizado à sociedade no site do Ipaam (www.ipaam.am.gov.br), clicando no banner “Relatório Técnico nº 001/2025 – Bacia do Tarumã-Açu”, e será encaminhado aos órgãos de controle ambiental, Legislativo, Judiciário, Prefeitura de Manaus e demais instituições ligadas à gestão dos recursos hídricos.
Ele afirmou que o documento representa um alerta sobre a situação atual da Bacia do Tarumã e que o Instituto, no exercício de sua função de monitoramento e controle ambiental no Amazonas, vai intensificar ações na Área de Proteção Ambiental (APA) Tarumã.
FOTO: Moisés Henrique/Ipaam
As ações previstas incluem a identificação de sítios e flutuantes que lançam efluentes diretamente no rio, o combate ao desmatamento e a realização de campanhas de educação ambiental junto às comunidades e empreendimentos instalados na região. Picanço ressaltou que há moradores que vivem e tiram seu sustento da bacia há mais de 37 anos, como é o caso de proprietários de flutuantes tradicionais, e que demonstram preocupação com o futuro da área.
De acordo com a reitora da UEA em exercício, Kátia Couceiro, o monitoramento regular do rio é essencial para identificar problemas e tratá-los de forma eficiente. “A hora é agora, porque as ações, neste momento, são mais fáceis de serem tomadas e com menor custo para resolver o problema. Apesar de o rio estar em qualidade aceitável, precisamos reforçar que o trabalho deve ser conjunto entre a população, autoridades e instituições. Que possamos continuar desenvolvendo e fortalecendo cada vez mais esse projeto”, destacou.
Alertas
FOTO: Moisés Henrique/Ipaam
O coordenador do ProQAS/AM, Sergio Duvoisin Junior, complementou ressaltando que, apesar de uma análise isolada indicar que o Tarumã-Açu está em boas condições, o monitoramento ao longo de mais de cinco anos revela uma tendência preocupante.
“Se fizéssemos uma análise hoje, só hoje, diríamos que o Tarumã-Açu está em perfeitas condições. O que preocupa é que, mesmo dentro dos parâmetros da resolução do Conama, nos últimos três anos a qualidade da água vem piorando. Isso acende um sinal de alerta, principalmente na região do Baixo Tarumã-Açu, onde alguns parâmetros indicam uma piora”, compartilhou o pesquisador.
Duvoisin alertou, ainda, que o principal resultado do trabalho é mostrar que é preciso Agir imediatamente para evitar que a Bacia do Tarumã-Açu se transforme em uma área tão impactada quanto as bacias do São Raimundo e Educandos.
O gerente de Recursos Hídricos do Ipaam, Daniel Nava, destacou que a parceria com a UEA é essencial para fortalecer o monitoramento ambiental e o licenciamento das atividades na Bacia do Tarumã-Açu. Ele ressaltou que os dados científicos ajudam a identificar os impactos no rio e que o Ipaam trabalha para garantir que os usuários da bacia assumam a responsabilidade pela conservação, promovendo a “Cidadania das águas”.
No evento realizado no Ipaam, estiveram presentes representantes da UEA, da Procuradoria Geral do Estado (PGE-AM), da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), do Ministério Público de Contas do Estado do Amazonas (MPC-AM), da defensoria pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmasclima), do Serviço Geológico do Brasil (SGB) – Superintendência Regional de Manaus, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Tarumã-Açu, do Grupo Atem, entre outros.
A Bacia do Tarumã-Açu, que nasce e deságua dentro do território de Manaus, representa um importante recurso natural para a cidade e para a região. Por isso, a preservação e recuperação da qualidade das suas águas dependem do trabalho integrado entre órgãos estaduais, municipais, instituições de pesquisa e a própria população, para garantir que esse ecossistema continue a sustentar a vida e o desenvolvimento local.