A Maternidade Dr. Moura Tapajóz (MMT), da Prefeitura de Manaus, encerrou, nesta quinta-feira, 27/2, a programação em alusão ao “Fevereiro Roxo”. A campanha foi criada em 2014 como forma de conscientizar a população em relação a três doenças: lúpus eritematoso sistêmico, Alzheimer e fibromialgia. Apesar de serem distintas, as doenças têm em comum o fato de não possuírem cura. Nesta quinta, o evento, organizado pelo Serviço de Qualidade de Vida no Trabalho (SQVT) do Setor de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde (SEGET/DMMT) da unidade, contou com a presença da cientista social e curadora de artes Virna Lisi, para uma Oficina de Artes e Saúde Mental.
A oficina teve como objetivo oferecer um espaço de reflexão e aprendizagem sobre as potencialidades terapêuticas da arte no contexto da saúde mental e apresentou, dentre outros temas, propostas de atividades artísticas que podem ser facilmente implementadas em contextos clínicos e familiares para apoiar tanto pacientes quanto cuidadores.
“Nossa palestra pretende explorar a interseção entre a arte e a saúde mental, destacando como as práticas artísticas podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida tanto de profissionais da saúde quanto das pessoas que sofrem com doenças crônicas”, explicou Virna Lisi. “Queremos mostrar que a arte não só pode como deve ser usada no tratamento e apoio psicológico e também destacar sua importância para o bem-estar geral”, acrescentou a cientista social.
“Se não houver cura, que haja, ao menos, conforto”. Essa é a frase favorita da psicóloga Raquel Floriano quando se trata das doenças em destaque no Fevereiro Roxo. “No início, a consciência de ser portador de uma doença crônica, incurável, traz consigo, inevitavelmente, uma sensação de desespero. Mas, além do manejo correto da doença, o acompanhamento de suas repercussões psicológicas e emocionais por profissionais capacitados, além do acolhimento da família e amigos, do apoio do seu grupo e da comunidade em que a pessoa está inserida, são determinantes para um prognóstico favorável”, afirmou a psicóloga.
A Oficina de Artes e Saúde Mental combinou apresentações teóricas e demonstrações práticas, com exibição de vídeos e imagens de exemplos reais da prática da criação e da apreciação como terapia. “Estudos demonstram como atividades artísticas podem reduzir o estresse, prevenir o burnout e melhorar o bem-estar geral dos profissionais da saúde, além de mostrarem os efeitos positivos da arte na qualidade de vida e na cognição de pessoas com Alzheimer, incluindo a melhoria na comunicação, na memória e no humor”, esclareceu a psicóloga.
A enfermeira obstetra Núbia Cruz, diretora da MMT, destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Setor de Qualidade de Vida no Trabalho da unidade pela prevenção, promoção e proteção da saúde física e emocional dos servidores. “A saúde mental e o bem-estar no trabalho dos nossos servidores são prioridade para nós. Iniciativas inovadoras, como essa, desenvolvidas pelo SQVT, buscam alcançar e apoiar todos em nossa maternidade que estejam passando por situações sensíveis e, dessa forma, também contribuímos para o aumento da produtividade e a melhoria no atendimento aos nossos usuários”, concluiu a diretora.
— — —Texto e fotos – Marcella Normando/Semsa