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Iniciativa, apoiada pela Fapeam, cria banco de dados, promove formação docente em comunidades no sul do Amazonas
Foto: Acervo da coordenadora da pesquisa, Claudina Azevedo Maximiano
Criar um observatório de educação do campo/floresta e indígena para diagnosticar a realidade educacional da região do Médio Purus foi o objetivo de uma pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), via Programa Amazônidas – Mulheres e Meninas na Ciência, edital n° 002/2021.
O projeto intitulado “Observatório em educação do Campo/Floresta e Indígena da Região do Médio Purus – OECFIMP”, coordenado pela doutora em Antropologia Social, Claudina Azevedo Maximiano, do Instituto Federal de educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), campus Lábrea, realizou levantamento de informações e criou um banco de dados dos municípios de Canutama, Lábrea e Pauini (distantes 619, 702 e 923 quilômetros de Manaus, respectivamente).
Além disso, o estudo promoveu ações de formação continuada para professores que atuam em salas multisseriadas, metodologia predominante nas escolas da região. A iniciativa foi constituída tendo como referência o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do IFAM, em parceria com as comunidades locais, instituições, movimentos sociais e as secretarias municipais de educação.
Segundo Claudina Maximiano, o Observatório surgiu para enfrentar os principais desafios educacionais identificados por professores e as dificuldades logísticas para acesso às comunidades.
Fotos: Acervo da coordenadora da pesquisa, Claudina Azevedo MaximianoEntre as ações de destaque do projeto está o curso de aperfeiçoamento para professores das escolas indígenas e do campo/floresta, realizado por meio de oficinas práticas, construídas a partir da realidade vivenciada pelos educadores da região.
Parcerias e avanços
No município de Lábrea, o projeto fortaleceu suas ações por meio da parceria com organizações locais relevantes, como o Movimento de Professores Indígenas, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ampliando a participação comunitária e o alcance das iniciativas.
Apesar dos avanços, a pesquisadora destaca a necessidade de continuidade do Observatório e das ações de formação devido à escassez de licenciaturas específicas para as realidades indígenas e do campo/floresta. Os dados coletados foram organizados em um livro distribuído aos professores, que servirá como base para futuras intervenções e aprimoramento da educação local.
Apoio da Fapeam
A pesquisadora explica que o Observatório em educação do Campo/Floresta e Indígena da Região do Médio Purus (OECFIMP) representa um avanço para a educação nas comunidades rurais e indígenas do sul do Amazonas.
Ao articular pesquisa, formação docente e participação comunitária, o projeto promoveu a construção de soluções contextualizadas e a valorização dos saberes locais, contribuindo para um estudo adequado sobre a melhoria na qualidade do ensino e o fortalecimento das políticas públicas educacionais na região.
“A Fapeam é de fundamental importância para que possamos fazer pesquisa qualificada no Amazonas. Como equipe de pesquisadores, temos que manifestar nossa alegria de poder contar com uma fundação no Estado que nos possibilita avançar no processo de fazer ciência”, comentou a coordenadora.
Programa Amazônidas – Mulheres e Meninas na Ciência
O Programa é uma iniciativa do Governo do Amazonas, desenvolvida pela Fapeam, e integra o Movimento Mulheres e Meninas na Ciência. Seu objetivo é ampliar a representatividade feminina no campo da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) local, por meio da concessão de auxílio-pesquisa para despesas de capital, custeio e bolsas. A proposta é incentivar projetos de pesquisa, tecnologia e inovação como ação afirmativa, fortalecendo a liderança feminina nessas áreas.