Como parte das estratégias adotadas para apoiar o diagnóstico precoce e a vigilância dos casos de hanseníase, a Prefeitura de Manaus vem adotando, desde o ano de 2023, a utilização de testes rápidos que permitem a detecção de anticorpos da doença.
Os exames são instrumentos importantes para o trabalho de triagem das equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que, a partir deles, direcionam suas ações de prevenção, monitoramento e cuidados. Em 2023, a Semsa realizou 47 testes e em 2024, esse número foi de 442.
Os testes rápidos para hanseníase, conforme a orientação do Ministério da Saúde, são direcionados aos familiares e a outros contatos próximos de pessoas acometidas pela doença. Esses exames não fornecem o diagnóstico da doença, mas, a partir da detecção de anticorpos, mostram quem está vulnerável a desenvolver a doença, uma informação essencial para a adoção de medidas de prevenção e controle.
A titular da Semsa, Shádia Fraxe, reitera que a estratégia é uma importante aliada no esforço contra uma doença ainda muito estigmatizada, que gera incapacidades físicas e impactos na vida social, quando não tratada.
“O teste está disponível para os usuários que tenham tido contato prolongado com alguém que teve hanseníase, sem tratamento. Mas é importante destacar que todos os contatos devem, primeiramente, seguir um protocolo para detectar a presença dos sinais e sintomas da hanseníase. Se não forem identificadas alterações, aí sim, realizamos o teste rápido. A partir do resultado, as equipes adotam os cuidados necessários a cada situação”, explicou a titular da Semsa.
Diagnóstico clínico
A enfermeira do Núcleo de Controle da Hanseníase, Eunice Jácome, explica que o diagnóstico é essencialmente clínico, o que significa que ele depende, principalmente, da avaliação dos sinais e sintomas do paciente, a partir do exame clínico.
“Todos os contatos devem primeiramente passar pelos exames clínicos para detecção de sinais e sintomas da hanseníase. Caso esses sintomas sejam descartados, nós realizamos o teste rápido. Quando o resultado do teste rápido é positivo para anticorpos da doença, esse usuário passa por uma nova avaliação clínica a cada ano e, caso permaneça sem sintomas, deverá realizar um novo teste rápido. Esse acompanhamento é de cinco anos”, reiterou Eunice.
Eunice acrescentou que esse período de acompanhamento é necessário, porque a doença se manifesta em um período que pode variar de dois a sete anos. E, nesse cenário, o teste possibilita a identificação precoce da exposição ao bacilo da hanseníase, com a possibilidade de tratamento oportuno caso a pessoa adoeça, o que evita a disseminação.
“O teste rápido serve como uma ferramenta adicional, importante para aumentar a vigilância nos grupos de maior risco, uma vez que permite uma detecção precoce por meio do acompanhamento dos contatos”, completou.
Unidades
O enfermeiro Alisson Quadros destacou que essa forma de testagem é realizada por sete unidades distribuídas nos Distritos de Saúde (Disas) Norte, Sul, Leste e Oeste e um órgão gerenciado pelo Estado.
“É importante que o usuário sempre busque uma unidade de saúde se tiver qualquer suspeita. Mesmo que essa unidade não oferte o teste rápido, as equipes vão orientá-lo sobre os cuidados que devem ser seguidos e onde buscar os atendimentos conforme cada caso”.
Na zona Norte da capital, o teste é realizado na Unidade de Saúde da Família (USF) Carmen Nicolau, localizada na rua Nestor Nascimento, s/nº, Lago Azul, e na USF Carlson Gracie, situada na avenida Curaçao, s/nº, no Nova Cidade.
As USFs Lúcio Flávio, no bairro Betânia, e a Fundação Hospitalar Alfredo da Matta, órgão estadual, realizam a testagem na zona Sul de Manaus.
Já na zona Leste, os usuários podem buscar os testes nas unidades Severiano Nunes e Lago do Aleixo, que ficam no Jorge Teixeira e na Colônia Antônio Aleixo, respectivamente.
Na zona Oeste, a Semsa oferta os exames na Casa Militar, que está recebendo os usuários atendidos na USF Leonor de Freitas, no bairro Compensa, e no Parque das Tribos, no Tarumã-Açu.
Os usuários da zona rural de Manaus podem realizar agendamento na unidade mais próxima de sua comunidade para ter acesso ao procedimento.
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Texto – Tânia Brandão/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa