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Ação ocorre nos dias 21 e 22 de janeiro, em alusão ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
Foto: Ygson França/Sejusc
“É muito bacana você estar em um local público e ver que o Governo pode transmitir essas informações para a população”. O comentário do militar Gustavo Lauback, de 33 anos, fala sobre a exposição “Raízes do Sagrado”, da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), que ocorre até esta quarta-feira (22/01), no piso L2, no Shopping Grande Circular na zona leste de Manaus.
Realizada para conscientizar e combater a intolerância religiosa por meio da cultura, a ação expõe roupas, instrumentos e conceitos de religiões de matriz africana para a população, realizando também abordagens e distribuição de informativos em alusão ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado dia 21 de janeiro.
Candomblecista, Gustavo se sentiu feliz de ver sua crença exposta em um local público sem preconceitos ou discriminação. Emocionado, ele agradeceu a iniciativa e comentou que, assim, as pessoas podem saber mais sobre outras religiões.
“Ver o Governo transmitindo essas informações para a população do Amazonas, sobre o combate à intolerância religiosa, isso cresce cada vez mais nossa cultura afirmando as nossas raízes afrodescendentes. Para quem é leigo e tem o interesse de saber um pouquinho só da religião, aqui tem um pedacinho dela”, chamou Gustavo.
Foto: Ygson França/Sejusc
A autônoma Istefani Souza, de 26 anos, diz que a exposição significou uma forma de combate a essa intolerância. Adepta da Umbanda, ela expôs que ainda existe muita desinformação contra as religiões de matriz africana, mas que conscientizar dessa forma é um bom meio de mudar a concepção.
“Eu achei a exposição muito bonita, porque todos deveriam saber que as religiões de matriz africanas não são aqueles pensamentos negativos, aquele preconceito que pensam. Com isso eu acredito que pode ser visto com outros olhos, pois são religiões como todas as outras e devem ser respeitadas”, declarou Istefani.
Foto: Ygson França/Sejusc
Raízes do Sagrado
Coordenada pela Gerência de Promoção da Igualdade Racial e Respeito à Diversidade Religiosa (GPIR), da Secretaria Executiva de Direitos Humanos da Sejusc, a exposição cultural enfatiza conceitos e detalhes de religiões de matriz africanas, como os orixás e santos, roupas e estátuas alusivas.
Para o gerente da GPIR, Miguel Amorim, a realização da exposição é gratificante e de suma importância para a população, pois aproxima as culturas afrodescendentes do Amazonas a elas.
“Eu me sinto muito feliz de estar promovendo a primeira edição da exposição sobre matrizes africanas e aproximar isso dos grandes públicos é de grande importância, pois gera reflexões sobre o respeito a todos os credos e nações religiosos, além de enaltecer e incluir os povos de axé, para que eles se sintam parte desse processo de construção da igualdade racial e celebração das suas raízes no Amazonas”, enfatizou Miguel.
Foto: Ygson França/Sejusc
Crime inafiançável e imprescritível
A intolerância religiosa é crime previsto no artigo 208 do Código Penal Brasileiro (CPB), com punições que vão de um mês a um ano de detenção ou multa. A Constituição Federal, no artigo 5º, inciso VI, garante a liberdade religiosa para aqueles que residem em território nacional, sendo eles católicos, evangélicos, umbandistas, espíritas ou seguidores de qualquer outra religião.