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Candidatura em conjunto com o Theatro da Paz, de Belém, foi oficializada com a entrega à Unesco do dossiê para avaliação
FOTO: Arquivo / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) oficializou, na sexta-feira (31/01), a candidatura dos teatros da Amazônia – o Teatro Amazonas, em Manaus, e o Theatro da Paz, em Belém – à Lista do Patrimônio Mundial da Unesco. A proposta será submetida à avaliação do Comitê do Patrimônio Mundial, formado por 23 países signatários da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Unesco.
Se cumpridos os requisitos demandados, a candidatura poderá compor a pauta do comitê para o potencial reconhecimento do bem cultural.
A oficialização da candidatura, em parceria estreita com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), é marcada pela entrega de dossiê com documentos elaborados por um grupo técnico formado pelo Iphan, Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, secretaria de cultura do estado Pará e secretarias de cultura dos municípios de Belém e Manaus. O dossiê será analisado pela Unesco, a partir de critérios que demonstram o valor universal excepcional do bem cultural seriado, sua autenticidade e integridade.
FOTOS: Arquivo / Secretaria de Cultura e Economia CriativaPara o secretário em exercício de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Candido Jeremias, a oficialização da candidatura é um marco no pleito coletivo empreendido pelos estados do Amazonas e do Pará em prol da valorização do Patrimônio Histórico da Amazônia. “Os dois teatros já são conhecidos mundialmente, atraindo visitantes de todas as partes do país e do mundo, e são detentores de todas as credenciais para integrar a lista do Patrimônio Mundial”, destacou. “O valor inestimável desses patrimônios culturais dos povos da Amazônia merece a oficialização do reconhecimento mundial”, afirmou.
A diretora do Teatro Amazonas, Elizabeth Cantanhede, destaca a importância que este tótem da cultura amazônica tem junto à sociedade local, representando um dos orgulhos da região Norte. “É a realização de um sonho que o Teatro Amazonas, junto com o Teatro da Paz, seja reconhecido como patrimônio da humanidade e possa ter para o mundo a mesma importância que tem para nós amazonenses”, declarou.
“Levar a candidatura dos Teatros da Amazônia para reconhecimento internacional se alinha ao compromisso do Iphan de promover, valorizar e democratizar o Patrimônio Cultural Brasileiro”, destaca o presidente do Iphan, Leandro Grass. “A missão se torna ainda mais importante por ser um bem cultural que representa a riqueza e diversidade cultural da região Norte”, afirma.
O diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização (Depam) do Iphan, Andrey Schlee, também destaca a relevância da candidatura. “É uma satisfação poder participar de uma iniciativa tão importante que, mais uma vez, em nível internacional, busca reconhecer a riqueza e a diversidade de bens culturais nacionais. No caso, dois teatros amazônicos com inquestionáveis valores universais”, afirmou.
FOTO: Arquivo / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
A etapa de entrega do dossiê é um passo importante no potencial reconhecimento internacional dos Teatros da Amazônia, que representam um patrimônio arquitetônico, cultural e histórico singular na região amazônica. “Estamos vivenciando mais um capítulo na história de valorização da Amazônia. Esse passo para a candidatura do Teatro Amazonas e do Teatro da Paz a Patrimônio Mundial pela Unesco nos permite sentir a cultura do Norte em voga”, enfatizou a superintendente do Iphan no Pará, Cristina Vasconcelos.
“A candidatura pelo reconhecimento da Unesco para estes dois extraordinários patrimônios arquitetônicos, no coração da Amazônia urbana, tem um valor mais do que simbólico para o Brasil. Nossa região irá sediar a COP 30 neste ano, e o turismo receberá um significativo impulso. As duas casas de espetáculos já são uma referência cultural da Amazônia, dentro do Brasil”, contextualizou a secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal.
“Com este reconhecimento, a valorização e divulgação de nossos amados teatros e de sua missão no fomento às artes ganhará uma dimensão planetária, chamando a atenção do mundo e estimulando o desejo em conhecer a pujança da cultura amazônica, sua história e a beleza de seu patrimônio”, completa Ursula..
FOTO: Arquivo / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Esses monumentos, símbolos do Ciclo da Borracha na Amazônia, representam a influência europeia na arquitetura e nas artes cênicas, a incorporação de características locais, além de simbolizarem a riqueza cultural e a relação da região com a economia e a geopolítica internacional entre os séculos XIX e XX.
“Nosso teatro não só conta uma parte de nossa história, mas representa também um marco para todos que fizeram e fazem parte dessa história, desde os seringueiros, artesãos, trabalhadores da construção civil e artistas que deram vida aos palcos dos dois teatros”, sublinhou a superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro.
FOTO: Arquivo / Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Com a candidatura, o Iphan e o Ministério da Cultura (MinC) reforçam a proteção e a valorização dos bens culturais brasileiros, destacando o Patrimônio Cultural da Amazônia no cenário global. Caso sejam reconhecidos pela Unesco, os Teatros da Amazônia integrarão a lista de Patrimônio Mundial Cultural, que já conta com 15 bens culturais brasileiros chancelados e um cultural e natural.