Há 30 minutos
Por Agência Amazonas
Iniciativa valoriza tecnologia agroflorestal
O segmento valoriza a tecnologia agroecológica para a implantação de desenhos agroflorestais biodiversos de forma sustentável. FOTOS: Divulgação/IdamSustentabilidade e aumento da produção estão entre os benefícios da agricultura sintrópica, e para incentivar esse sistema de agricultura sustentável, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), em parceria com o Movimento Cabano do Pará e com o apoio da Prefeitura de Rio Preto da Eva realizou, na última semana, um curso básico para agricultores do município, situado a 57 quilômetros de Manaus.
O objetivo foi compartilhar, construir e multiplicar conhecimentos em agricultura regenerativa agroflorestal sintrópica. O segmento valoriza a tecnologia agroecológica para a implantação de desenhos agroflorestais biodiversos, que vão da horta a uma agricultura sustentável de produção e abundância. A iniciativa vai ao encontro do Projeto Prioritário de Agroecologia e Produção Orgânica do Idam, já em fase de execução em nove municípios do Amazonas.
A capacitação foi ministrada pelo coordenador do Movimento Cabano, Luciney Vieira, e contou com a presença de 35 participantes dos municípios de Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manaus e Rio Preto da Eva. Agricultores, técnicos e estudantes participaram de atividades teóricas, de planejamento e implantação de uma pequena agrofloresta, no Sítio Ebenézer, do agricultor Walter Gonçalves.
De acordo com o coordenador do Projeto Prioritário de Agroecologia e Produção Orgânica do Idam, Mário Ono, o curso foi oportuno visto ser uma das linhas de atuação do projeto do Idam.
“Essa forma de fazer agricultura com sustentabilidade tem tudo a ver com a realidade local da maioria dos agricultores familiares e está em sintonia com a vocação natural do Amazonas. Esse estilo de agricultura remete a um antigo anseio e desafio da assistência técnica e extensão rural que é a busca por uma agricultura sustentável, sem o uso de fogo e de baixo custo, que proporcione uma alternativa produtiva e econômica aos agricultores”, enfatizou Mário.
Para o agricultor Daniel Moraes, presidente da Associação de Produtores Rurais Orgânicos Maná do Careiro da Várzea (Aprom), a capacitação proporcionou muitos aprendizados que poderão ser compartilhados com outros agricultores.
“A intenção é criar um grupo da Agricultura Sintrópica, dentro da Aprom, para que possamos demonstrar o plantio de uma pequena agrofloresta, começando pela propriedade do agricultor Josiel Arcos, para a partir daí multiplicarmos essa ideia, implantando vários módulos nas propriedades dos associados. Para isso, vamos realizar mutirões e instalar um pequeno viveiro para a produção das mudas”, disse Daniel.
Agricultura sintrópica
É uma agricultura ecológica inovadora e altamente produtiva. FOTOS: Divulgação/IdamFOTOS: Divulgação/IdamÉ um sistema de cultivo agroflorestal, baseado no conceito de “sintropia” caracterizado pela organização, integração, equilíbrio e preservação de energia no sistema, princípio contrário ao de “entropia”. É uma agricultura ecológica inovadora e altamente produtiva, chegando a produzir até 80 toneladas de alimentos por hectare/ano, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Nessa agricultura é utilizada a tecnologia natural de funcionamento das florestas, dinâmica ecológica, sucessão natural, e ciclagem de nutrientes e ação de microrganismos, para aumentar a produção, melhorar o solo, restaurar ecossistemas e produzir alimentos orgânicos de elevado valor nutricional.
O gerente da unidade local do Idam em Rio Preto da Eva, Frade Júnior, agradeceu ao instrutor e ao Movimento Cabano pela valiosa contribuição. “Os ensinamentos contribuirão com uma nova visão da agricultura em nossa Amazônia, e temos a convicção que o curso encerrou, mas o movimento continua. E nós que somos do Idam reafirmamos o compromisso com os agricultores”, destacou.
O extensionista da unidade local de Rio Preto da Eva, Igor Graciano, ficou muito feliz com a experiência. “Mais que uma técnica ou sistema de produção, a agricultura sintrópica ou agrofloresta é uma oportunidade de recomeço e reconexão com a terra”, concluiu