Serão promovidas rodas de conversa sobre Amazônia e eleições, celebrações e orações com comunidades de dentro e de fora da Amazônia
A Igreja Católica lança a campanha #EuVotoPelaAmazônia’ para pressionar candidatos a assumir compromisso de defesa da região e seus habitantes. A iniciativa é da Rede Eclesial Pan-Amazônica, vinculada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
“A finalidade é chamar atenção para a importância de escolher políticos e governos comprometidos com a ecologia integral, a agroecologia, a justiça socioambiental, os povos indígenas, quilombolas, o direito à cidade e com o reconhecimento da floresta como território sagrado de vida”, informa a entidade.
A missão é mobilizar os católicos e a sociedade para a conscientização sobre o papel da representação democrática para os territórios e os povos amazônicos, como garantia de direitos e proteção da vida e do meio ambiente.
A CNBB considera que nos últimos anos o bioma amazônico foi explorado violentamente com queimadas, desmatamentos, invasão de terras indígenas e o avanço do agronegócio e da mineração sobre territórios protegidos.
O entendimento é de que a Amazônia tem significado crucial para o enfrentamento às mudanças climáticas e será a peça-chave da campanha.
Serão promovidas rodas de conversa sobre Amazônia e eleições, celebrações e orações com comunidades de dentro e de fora da Amazônia, lançamento de vídeos e uma grande missa no Dia da Amazônia – 5 de setembro.
“As eleições são um espaço fundamental para o exercício da cidadania e o momento durante o qual podemos decidir os rumos de nossa história e salvaguardar a democracia. Para isso, é importante uma educação integral de todos nós, povo brasileiro. Educação que ajude a fazer escolhas conscientes e pelo bem da coletividade. Nestas eleições, é importante que prestemos atenção nas propostas que os partidos e candidatos fazem em relação à Amazônia. Todos sabemos da importância fundamental do bioma amazônico e a sua sociodiversidade para o equilíbrio do clima e a garantia da possibilidade de vida para as gerações futuras”, diz Dom Roque Palloschi, arcebispo de Porto Velho e Secretário da Repam-Brasil.
São mais de 180 povos indígenas, além de muitos grupos isolados vivendo neste vasto bioma. O agronegócio, o garimpo, a extração ilegal de madeira, os grandes projetos econômicos são alguns dos fatores que contribuem para o desmatamento e o empobrecimento dos recursos naturais e dos povos que habitam a Amazônia.
“A Amazônia está sendo destruída e devastada por interesses econômicos, que provoca uma exploração desmedida dos recursos naturais, extraindo toda a possibilidade de vida, isso tudo em nome de um desenvolvimento tecnocrata, como nos fala a Laudato Si, colocando em risco a vida de todos os seres”, completa Roque Palloschi.