Sindarma informa que investe em segurança para garantir abastecimento no interior do estado
MANAUS – De janeiro a abril deste ano, 1,5 milhão de litros de gasolina e óleo diesel foram roubados nos rios do Amazonas em ataques de “piratas” às balsas de transporte. Foram quatro abordagens.
Os números foram divulgados pelo Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas). O combustível é roubado em viagens para o interior do estado onde é utilizado principalmente para o abastecimento de postos e nas usinas geradoras de energia elétrica.
Em 2021 foram apenas oito ocorrências no ano. “Em apenas quatro meses já chegamos na metade das ocorrências do último ano, e ainda nem estamos na época mais crítica, quando os rios estão mais secos e a navegabilidade fica prejudicada em vários trechos, o que facilita a ação dos piratas”, disse o presidente do Sindarma, Galdino Alencar.
Reféns e ameaças
No maior dos roubos registrados este ano, um grupo de 28 assaltantes invadiu uma embarcação no município de Manicoré, no dia 28 de janeiro, e transferiu 1 milhão de litros de óleo diesel, além de manter a tripulação refém por dois dias, sob ameaças e agressões físicas.
Coincidentemente, na mesma data, outra embarcação que transportava 91 mil litros de gasolina e óleo diesel também foi abordada e assaltada no Paraná do Espírito Santo, no município de Parintins.
Os cinco criminosos armados agrediram a tripulação com coronhadas e depois manteve a equipe trancada por 12 horas em um único camarote.
Segundo o Sindarma, em outro assalto nos primeiros dias deste ano na região de Itacoatiara, além de levarem quase 500 mil litros de combustível, os criminosos navegaram com a tripulação presa na cozinha da embarcação até as proximidades do município de Borba, onde as vítimas conseguiram registrar o Boletim de Ocorrência.
No mais recente caso, em frente a orla de Manaus, dois tripulantes de um bote de apoio de um empurrador foram obrigados a sair da pequena embarcação e deixados na Ilha do Marapatá até serem resgatados enquanto os ladrões fugiram levando o barco.
Galdino Alencar diz que as empresas de navegação têm investido para manter a regularidade no abastecimento do produto aos municípios do interior do estado. Foram contratados seguranças para acompanhar os comboios e o monitoramento, via satélite, das embarcações 24 horas por dia em seu percurso nos rios.
“Porém, ainda não tem é o suficiente porque os piratas seguem agindo livremente em todo o estado. Eles estão preparados e fortemente armados para qualquer situação”, destacou Galdino, ao acrescentar que é necessária a presença constante das forças de segurança estadual e federal para coibir efetivamente os crimes.