Declaração ocorreu em evento em Belo Horizonte; ex-ministro fez postagem no Twitter
MANAUS – “Não adianta desconfiar de urna. O que você tem na verdade é medo de perder as eleições e ser preso”, disse o pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). A declaração ocorreu em evento de pré-campanha eleitoral na noite de segunda-feira (9) em Belo Horizonte. Os dois dividem a preferência do eleitorado nas pesquisas de intenção de votos, com Lula à frente.
Lula teve a pré-candidatura confirmada no sábado (7). Geraldo Alckim (PSB) será o vice na chapa. O candidato do PT começou por Minas Gerais o movimento “Camos Juntos pelo Brasil”, lançado no sábado (7) em São Paulo. Nesta terça-feira (10) o evento intitulado “Lula Abraça Minas” se repete ente em Contagem e Juiz de Fora. A referência a Bolsonaro foi em razão das sucessivas manifestações do presidente sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro.
Lula também fez outra menção ao presidente da República sem citá-lo nominalmente. “Nós não estaremos enfrentando um adversário qualquer. Nós estamos enfrentando um adversário que representa a antidemocracia, o antiamor, a antipaz, a antieducação, o antidesenvolvimento. Nós estamos enfrentando um adversário que representa a ignorância, a violência, o fascismo aqui no Brasil. Mas nós vamos pegar esse facismo e jogar no esgoto da história”, disse.
Em outro trecho do discurso, ainda sem citar o nome do presidente da República, Lula pede a mobilização dos seguidores para vencer a eleição e diz que “o nosso adversário mente sete vezes ao dia, é o rei do fakenews, é o rei da mentira. E ele conta todo dia mentira contra o povo brasileiro”.
O evento em Belo Horizonte teve a participação de políticos do PT, PSOL, PCdoB, Solidariedade, PV, PSB e Rede. Lula falou por aproximadamente 30 minutos e disse que nunca perdeu uma eleição no Estado.
Lula também atacou Sérgio Moro, que na condição de Juiz coordenou as ações da Operação Lava Jato, que levou à prisão empresários, dirigentes do PT e o próprio Lula.
“Além da fé que eu tenho em vocês, a fé que eu tenho em Deus é muito grande. E eu sabia que verdade ia vencer a mentira. Hoje quem está com vergonha de andar na rua é o facínora do Moro. Quem está com vergonha de andar na rua e o facínora do Dallagnol. Porque passaram tempos e tempos mentindo para a sociedade brasileira”, disse, em alusão à sua prisão após investigações comandadas por Sérgio Moro e Dalton Dallagnol.
Moro responde
Filiado ao União Brasil e cogitado para ser candidato a vice-presidente da República de Luciano Bivar, presidente nacional do partido, Sérgio Moro se manifestou em postagem no Twitter logo após a declaração de Lula em Belo Horizonte.
“Lula, facínora é bandido. Vale para quem roubou o país, como as pessoas que você nomeou para a Petrobras. Eu prendi essas pessoas. Sei que você não gosta de policiais ou de quem cumpre a lei, mas você deveria explicar a roubalheira do Mensalão e do Petrolão durante o seu Governo”.
Por sua atuação na Lava Jato, Moro foi escolhido para ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Saiu do governo em rota de colisão com o presidente.
Moro se filiou ao Podemos, em 10 de novembro de 2021, para viabilizar candidatura a Presidência da República. Menos de cinco meses depois, pouco antes do final do prazo para novas filiações partidárias, no início de abril, mudou de sigla e foi para o União Brasil.
Mas membros do partido mostraram desconforto com sua pretensa candidatura. Houve sugestão que Moro disputasse uma vaga a deputado federal, por São Paulo. Atualmente, a direção nacional do União Brasil trabalha o nome de seu presidente, Luciano Bivar, como pré-candidato. E espera que Moro aceite concorrer como candidato a vice-presidente.
Enquanto esteve filiado ao Podemos, Sérgio Moro aparecia nas pesquisas de intenção de votos de institutos nacionais. Nunca passou de 9% na preferência do eleitoral.