Gastos com consumos básicos como água, luz e gás e o varejo também aparecem no ranking
No Amazonas, 1,5 milhão de pessoas estão inadimplentes, segundo o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil, elaborado pelo Serasa e referente ao mês de março. São 5,5 bilhões de dívidas que somam R$ 5,3 bilhões. Desse montante, 20,7% estão com dívidas nos cartões de créditos.
Além dos débitos com bancos e cartão, as principais dívidas do Amazonas são as utilities (27%), isto é, gastos com consumos básicos como água, luz e gás, seguidas pelo varejo (26,4%).
O presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Marcus Evangelista, considera que o cartão de crédito é o inimigo número um das finanças pessoais. “Quais são os cuidados que você tem que ter? Primeiro organizar as datas de vencimento. Nada adianta você ter vencimento antes do seu recebimento, isso vai te induzir ao endividamento”, disse.
Marcus Evangelista orienta a respeitar a capacidade financeira. “Os bancos não têm essa preocupação, muitas vezes eles acabam te ofertando cartões de crédito muito acima da tua capacidade é de pagamento e você acaba usando esse limite achando que faz parte do seu salário. Na verdade, o limite de cartão de crédito é da financeira”, esclareceu.
O economista diz que é preciso organizar as dívidas e tentar negociar. Ele considera que um acordo pode trazer alívios, mas deve começar pela organização das finanças.
“Se você estiver endividado, qual a melhor saída? Você procura colocar no papel todas as dívidas, quais são os cartões, qual é o valor da dívida e negociar. Não adianta você fugir e ela vai ficar te ligando, mandando mensagem, SMS, WhatsApp. Então, o ideal é você enfrentar essa dívida colocando, lógico, os limites para valor de parcela”, pontuou.
Evangelista alerta que é necessário escolher parcelas que estão dentro do orçamento. “Não adianta você querer agradar a financeira, se você entrar num novo endividamento. Então, coloca parcelas dentro da sua capacidade para você conseguir honrar o compromisso e se livrar de vez dessas dívidas”, aconselhou.
O presidente do Corecon afirma que quem não consegue fazer bom uso do cartão de crédito o ideal é tirá-lo da carteira e passar a comprar somente à vista.
“Cartão de crédito é muito bom, porque traz uma série de benefícios, além de você poder trazer um fluxo de fôlego no seu caixa, né? Por meio da compra parcelada, você também tem uma série de benefícios, cashback, e milhas, porém, você tem que saber utilizar”.
Evangelista sugere que ao perder o controle dos gastos com o cartão, ao invés de pagar o mínimo, é melhor buscar um crédito pessoal como medida para reduzir os juros da dívida.
“O ideal é você buscar primeiramente no seu banco que você tem relacionamento e tentar um crédito pessoal que chama-se CDC. Ou o empréstimo consignado. As duas opções, as taxas de juros são bem mais baratas do que os juros cobrados pelas financeiras de cartão de crédito. Obviamente essa é a melhor saída. Buscar um juro mais barato para substituir um juro mais caro”, disse.