A Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), e Secretaria Municipal de Educação (Semed), vão realizar, em parceria com o Grupo Calderaro de Comunicação, o lançamento do livro “As Charges do Miranda (O que vier eu traço)”, nesta quarta-feira, 27/7, às 17h, no Studio C do jornal A Crítica, com as presenças de ilustradores e jornalistas que trabalharam com o homenageado, além de admiradores.
O presidente do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Tenório Telles, conta que muitas personalidades da cultura manauara marcaram seu tempo e, por isso, são objeto de resgate do programa Memória Reencontrada, que celebra a vida e a obra de amazonenses, que deixaram legados culturais altamente relevantes “Miranda é um dos pioneiros e mais criativos chargistas do jornalismo de Manaus. Suas tiras eram acompanhadas avidamente pelos leitores e, hoje, são testemunhos importantes da história de nossa cidade”.
O livro, que tem como organizador o livreiro Simas Pessoa, mostra nas 204 páginas, um recorte das charges publicadas durante 38 anos de profissão do chargista João de Miranda Queiroz, que foi o mais longevo chargista da imprensa manauara, conhecido pelo icônico espaço na página de opinião, Charge do Miranda; sendo o principal ilustrador e chargista do jornal A Crítica, onde começou a carreira nos Classificados, e se consagrou com a charge do dia que abordava os temas cotidianos da cidade e do país, ou destacava assuntos que precisavam ganhar holofotes.
A diretora de Conteúdo do jornal A Crítica, Aruana Brianezi, diz que registrar a história é um dos papéis do jornalismo. “Este livro nos mostra como a charge feita por grandes e sensíveis artistas ‘abraça’ esta função com perfeição. As centenas de desenhos feitos pelo Miranda e reunidas nesta obra, são o retrato de uma Manaus que não pode ser esquecida. A Crítica se orgulha de seguir contando a história da cidade e propondo reflexões sobre ela”, ressaltou.
Criador e obra
O sobrenome Miranda, que virou sua marca nas páginas de A Crítica, onde em 1972 começou como “free lancer”, João de Miranda Queiroz, morto em 2003, foi o principal ilustrador, desenhando pequenos anúncios comerciais. Foi a partir de 1974 que passou a ter a sua Charge do Miranda abaixo do Editorial, na página 4, entre as colunas de Opinião, e passou a ser um dos campeões de audiência ao lado da coluna “Sim & Não”, existente desde a fundação do jornal, em 1949.
O livro “As Charges do Miranda (O que vier eu traço)”, foi organizado pelo livreiro Simas Pessoa, com capa do cartunista Fernando Brum, que retrata o homenageado vestido com a fantasia do lendário personagem Zorro, empunhando uma caneta ao invés da espada; a direção de arte e diagramação é de Sérgio Bastos, com a coordenação editorial do escritor Simão Pessoa. A publicação é da editora Confraria de Livros.
Na apresentação do livro, Simas Pessoa diz que para todos os grandes chargistas manauaras, que vieram depois de Miranda, como Fernando Brum, José Rosha, Jack Chaves, Mário Adolfo, Euros Barbosa, Rogélio Casado, Jorge Palheta, Myrria, Gilmal, Elvis e Júnior, entre outros, eles concordam unanimemente que apesar de não ter sido pioneiro, ele foi o divisor de águas, o chargista que abriu os caminhos. “Antes dele, era vazio e escuridão. Miranda acendeu a luz”, afirmou.
Com esse lançamento, a Prefeitura de Manaus, em conjunto com o Concultura e Manauscult, prestam um tributo à memória de Manaus, homenageando Miranda, que é uma das personalidades mais expressivas do jornalismo amazonense.
Texto e fotos – Cristóvão Nonato
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