Buscando promover a melhoria da qualidade de vida por meio do comércio sustentável, agricultores familiares do Amazonas estão migrando para a produção orgânica. A mudança vem sendo possível graças ao Projeto Prioritário de Agricologia e Produção, desenvolvido pelo Sistema Sepror, por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), em onze municípios da Região Metropolitana de Manaus.
O projeto tem como objetivo ensinar a agricultores e produtores técnicas de adubação, fertilização, preparação do solo e plantio de diferentes culturas, tudo de maneira orgânica, possibilitando que as famílias tenham alimento e renda em curto e longo prazos, em uma cadeia de produção que pode durar até 25 anos. “É um produto cultivado com um cuidado ainda maior e isso agrega um valor de mercado”, explicou o técnico agrícola do Sistema Sepror, cedido para o Idam, Chrissostomo Pereira Nina Neto.
Beneficiados – Atualmente, são cerca de 70 famílias sendo beneficiadas pelo projeto nas comunidades Nova Geração de Cristo, Ramal do Santo Antônio 2 e Ramal da Cachoeira do Castanho, no município de Iranduba. Uma delas é a do agricultor Alfredo dos Santos, 65 anos, que, depois de perder tudo durante uma enchente em 2009, mudou-se para a comunidade Nova Geração de Cristo onde vem realizando a transição para a agricultura orgânica desde então.
“Se nós tivéssemos um governo que nos apoiasse 20 anos atrás, tenho certeza que os agricultores não teriam abandonado essa parte porque o Iranduba botava oito caminhões de produção agrícola. Hoje, não vai mais nenhum porque não tem mais condições de ir. Nós temos essa área de terra todinha para plantar e a nossa vontade é plantar. Nós estamos aqui com o Idam, nos ajudando, nos apoiando e agora, nós vamos dar uma continuação na agricultura porque hoje nós temos uma técnica”, diz.
A expectativa é que, em até dois anos, o projeto alcance famílias dos municípios de Manaus, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Manaquiri, Itacoatiara, Autazes, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. De acordo com Chrissostomo, o agricultor que tiver interesse deve entrar em contato com a unidade local do Idam.
“Em seguida, a gente visita a propriedade e lá conseguimos ver o que é preciso para darmos apoio. A gente não chega introduzindo as coisas como é no sistema convencional. A gente explica, mostra na demonstração de métodos como que se faz todo o processo, o agricultor adere e a gente dá a assistência técnica que ele merece”, explica o técnico.