A agenda urbana sustentável para o Centro Histórico de Manaus foi tema de apresentação de equipe de arquitetos e engenheiros do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), na sede da Prefeitura de Manaus, na Compensa, zona Oeste, nesta terça, 27/9 e quarta-feira, 28, com base nas experiências e vivências do intercâmbio internacional realizado com apoio do Programa Internacional de Cooperação Urbana (Iurc), da União Europeia.
A Prefeitura de Manaus, via Implurb, assinou, no ano passado, acordo de cooperação, tendo como cidade-parceira a italiana Nápoles, que recebeu visita de técnicos da capital como parte do termo de intercâmbio, vivência compartilhada agora com toda a equipe da autarquia.
Manaus e Nápoles têm uma grande oportunidade de trabalhar juntas na regeneração urbana e recuperação de seus centros históricos por meio de projetos urbanos. A vacância e a deterioração de edifícios é um problema comum para ambas as cidades – guardadas as proporções históricas e de patrimônio –, além de atrair turistas e visitantes. A recuperação do Centro, da área portuária e da orla são temas-chave para a cooperação.
“Temos muitos projetos elaboradores e em andamento, incluindo licitação em curso, para o ‘Nosso Centro’, programa lançado pelo prefeito David Almeida. Em Nápoles há um universo de experiências de patrimônio tombado pela Unesco, da era romana. E estamos recebendo e trocando contribuições técnicas e de gestão do patrimônio de forma culturalmente enriquecida. Outro viés dos estudos são as áreas portuárias, comuns entre Nápoles e Manaus, de como usar a melhor relação cidade e água e vice-versa”, explicou o vice-presidente do Implurb, arquiteto e urbanista Claudemir Andrade.
Um dos pontos de conversão para promover a regeneração urbana no centro histórico é a busca de mecanismos para levar habitação para o território, que hoje tem um perfil comercial e de serviços intenso, mas que sofre com esvaziamento após as 18h.
“Em vários imóveis e até mesmo quadras do centro histórico tombado de Nápoles encontramos diversos usos e tipologias diferenciadas, com restaurantes, lanchonetes, hotéis, residências, escritórios, num só lugar. Um imóvel não recebe uma única atividade, mas apresenta um mix, promovendo uma ambiência rica e maior movimento de pessoas, reduzindo, inclusive, deslocamentos”, comentou Andrade.
Para a arquiteta Eloisa Serrão, que participou do intercâmbio internacional, é possível trazer experiências da cidade italiana para a reativação do porto e do centro histórico, adaptando as proporções e especificidades.
“Um ponto forte e que existe no planejamento da Prefeitura de Manaus é reativar o convívio de serviço, comércio e moradia. Se tudo estiver ativado, os serviços podem ir além do horário padrão comercial, com os térreos de prédios funcionando e os demais andares ocupados por moradores. É preciso desenvolver nos bens o consórcio de usos, compartilhados, dando uma dinâmica diferente para a ocupação urbana”, comentou.
Para Andrade, o material riquíssimo encontrado ajuda a refletir sobre a importância social e do patrimônio para a cidade. “Não adianta ter um patrimônio que ninguém tenha acesso. É preferível fazer algumas intervenções para que a sociedade conheça também a história das cidades”, comentou.
Agenda
A apresentação feita pelo Implurb faz parte do intercâmbio, compartilhando experiências do intercâmbio presencial e troca de vivências com a cidade-membro italiana. A capital amazonense assinou termo de cooperação com o Iurc e os trabalhos são realizados desde o ano passado.
Texto – Claudia do Valle
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Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjA8Vgc
Fotos – Antonio Pereira/Semcom
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