FOTO: Divulgação/AdafEncabeçado pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o combate à monilíase ganhou um importante instrumento na região do Alto Solimões, que tem alta concentração de comunidades indígenas. Nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant (respectivamente, a 1.108 e 1.121 quilômetros de Manaus), onde a praga foi identificada, um cartaz todo elaborado na língua Tikuna tem levado informação aos produtores rurais da agricultura familiar indígena.
Por Agência Amazonas
Impresso está sendo divulgado junto aos comunitários de Tabatinga e Benjamin Constant, com a descrição de como identificar e evitar a disseminação da praga
Responsável pela Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal (Ulsav) de Tabatinga, Guilherme Pedrosa de Oliveira, contou que a tradução foi feita por uma voluntária do município, Reneia Nery, da aldeia Umariaçu II.
O impresso está sendo divulgado junto aos comunitários, com a descrição de como identificar a monilíase, o que fazer para evitar a disseminação da praga e como proceder em caso de identificação da doença em sua propriedade.
Segundo Guilherme, é a primeira vez que a parceria está sendo firmada na Defesa Agropecuária e, além de traduzir o texto do cartaz para a língua Tikuna, Reneia tem acompanhado algumas visitas a propriedades, facilitando a comunicação com os pequenos agricultores, uma vez que as informações sobre a monilíase são bastante técnicas. “Esse trabalho tem ajudado muito no entendimento com o produtor rural da agricultura familiar indígena”, comemorou, acrescentando que, em Tabatinga, aproximadamente 70% das comunidades ficam em áreas indígenas.
“Nós mantemos uma ótima relação com as entidades do município e uma delas é a Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Tabatinga. Essa pasta tem muitos núcleos e voluntários, sendo alguns da etnia Tikuna. Então, convidei a Reneia para participar das ações com a gente, e ela prontamente atendeu ao nosso pedido”, explicou.
O trabalho realizado pelos técnicos conta com apoio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e das prefeituras locais; e envolve diversas etapas, entre elas o cadastro das propriedades visitadas/inspecionadas, o georreferenciamento das propriedades e a realização do procedimento de “câmara úmida”, quando há suspeita de ocorrência da praga.
FOTOS: Divulgação/AdafA monilíase é uma praga de alto poder destrutivo, detectada no fim do ano passado, em plantações não comerciais de cacau e cupuaçu nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant. Uma equipe da Adaf permanece na região dos focos, realizando mapeamento de cultivos e trabalhos de educação sanitária, que incluem alertas em rádios locais e corpo a corpo nas propriedades e pontos importantes de circulação dos municípios, como portos e associações comunitárias.
Permanecem em vigor duas portarias: uma, publicada pelo Mapa, proibindo o trânsito de vegetais hospedeiros desses municípios para o restante do país; e a da Adaf, que restringe a circulação de frutos dessas localidades também para os demais municípios amazonenses.