Texto enviado do PPGAS Edição Juscelino Simões
Os professores apresentam, ao longo das aulas, ideias atuais e históricas sobre a domesticação, desafiam e problematizam conceitos carregados de uma multiplicidade de ações humanas e não-humanas, estimulando um debate intenso entre as áreas de conhecimento.
O curso, que acontece a cada dois anos, propõe uma reflexão sobre os processos de domesticações na Amazônia a partir do encontro inovador das diferentes perspectivas teóricas da botânica, da Arqueologia e da Antropologia. Nesse ano, em sua 4ª edição, o curso ocorre na Ufam, no setor Sul do Campus Universitário, no auditório do PPGAS, de 19 a 30 de junho, no período da manhã.
Especialmente no contexto da Amazônia pretende-se explorar: o papel da região para o povoamento das américas; os processos de domesticação antes da conquista europeia; as origens dos cultivos; os centros de domesticação e acumulação; paisagens antrópicas/culturais; plantas domesticadas e hiperdominantes; a noção de agricultura e o determinismo agrícola; as formas e aspectos das ocupações antigas; tipos de sítios e outras práticas de assentamentos; a presença e distribuição das Terras Pretas; os estudos de arqueobotânica; de macro e micro vestígios; coleções de referência; padrões de residência e práticas de manejo; relação pessoa-corpo-plantas; interações gente-planta e gente-animal; modos de relações interespecíficas; problematizar a noção de coleta; a contra domesticação;a antidomesticação e outras conceituações como paisagens multinaturais.
São apresentados panoramas históricos e atuais das áreas de Botânica, Genética, Arqueologia e Antropologia, contextualizando ou acercando-se do tema. É abordado o processo histórico de construção do conceito de domesticação, suas diferentes concepções e perspectivas.
A disciplina ‘Domesticações Amazônicas: abordagens botânicas, genéticas arqueológicas e antropológicas’ é ministrada por Charles R. Clement, do PPG Botânica (INPA), Gilton Mendes dos Santos e Thiago Mota Cardoso, do PPG Antropologia Social (Ufam) e Claide de Paula Moraes, do curso de Arqueologia da UFOPA, com participação de Francineia B. Fontes, antropóloga da etnia Baniwa.