A Sessão Plenária, desta terça-feira (19/3), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), centralizou os debates na campanha “Março Lilás”, que tem como objetivo a conscientização e ajuda no enfrentamento do câncer de colo do útero. O tema foi tratado, durante Cessão de Tempo, proposta pelo deputado Delegado Péricles (PL), à médica ginecologista da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), Mônica Bandeira de Melo, que explicou sobre as formas de prevenção e tratamento.
A médica começou a explanação esclarecendo que o câncer de colo de útero leva de dez até 20 anos para se instalar no corpo de uma mulher e existem três armas de combate: a vacinação de meninas entre 9 e 13 anos, como forma de prevenção; o exame preventivo em meio líquido; e a conização para retirada de lesões pré-cancerígenas no útero de mulheres afetadas.
Mônica Bandeira de Melo lembrou que o Amazonas, em 2013, foi pioneiro em vacinação de meninas e meninos e alertou ser necessário resgatar a vacinação nas escolas do Estado. A especialista disse, ainda, durante a explanação sobre o tema, que a coleta do exame Papanicolau, por intermédio da citologia em meio líquido, é a forma mais eficiente desde 2014, para detecção do câncer.
Ressaltou também que a coleta, com lâmina convencional, tornou-se método ultrapassado e lamentou que ainda seja utilizado atualmente na rede pública de saúde do Amazonas.
Ela também esclareceu que para as mulheres, que apresentam lesões pré -cancerígenas, a conização é um método cirúrgico minimamente invasivo e mais eficiente na retirada da parte afetada, evitando o avanço de lesões, que podem evoluir para o câncer de colo de útero.
O deputado Wilker Barreto (Mobiliza) afirmou que é necessário colocar em prática a mudança na coleta do exame preventivo e sugeriu que os deputados remanejem parte das emendas ao combate ao câncer de colo de útero. “Se cada deputado remanejasse R$ 50 mil, teríamos R$ 1,2 milhão destinado à causa”, afirmou.
Em seu discurso, o deputado Rozenha (PMB) acentuou que a questão precisa ir além de emendas. “É necessário implantar mutirões perenes no interior, pois são 23 mulheres, em média, que morrem por mês atualmente, devido ao câncer de colo de útero”, lamentou.
A vocação da médica em lutar pela erradicação do câncer no Amazonas foi destacada pela deputada Alessandra Campêlo (Podemos). “Admiro a médica Mônica pela profissional e o ser humano vocacionado, que usa seu conhecimento, em favor desta causa”, afirmou.
A parlamentar também se comprometeu em redirecionar parte de emendas ao combate do câncer do colo de útero no Amazonas e lamentou que o Estado figure no ranking entre as maiores incidências de casos, no país.
“Por isso, vou redirecionar valores de emendas de minha autoria ao combate a este tipo de câncer. O nosso interior tem um número gigantesco de detecção tardia de câncer de colo de útero. Lamentável!”, declarou.