Evento destacou o protagonismo dos alunos 50+ do Liceu de artes e Ofícios Claudio Santoro e reuniu mais de 3 mil pessoas em uma noite de homenagens, cultura e valorização da moda autoral amazônica
FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e economia CriativaNa noite de sexta-feira (03/10), o Largo de São Sebastião, Centro, zona sul de Manaus, transformou-se em uma grande passarela a céu aberto durante a terceira edição do Amazon Poranga Fashion (APF). O evento gratuito, que reúne desfiles, música, exposições e performances artísticas, teve como destaque a homenagem ao Dia Internacional da Pessoa Idosa, celebrando o talento, a Vitalidade e a presença da terceira idade no universo da moda e das artes.
Na abertura, o público foi surpreendido com uma programação especial protagonizada pelos alunos das turmas 50+ do Liceu de artes e Ofícios Claudio Santoro, que encantaram com apresentações de teatro, coral, dança e violão. O desfile “Amazon Poranga Fashion 50+” foi um dos momentos mais marcantes da noite, reforçando o protagonismo artístico e a autoestima da pessoa idosa.
Para o maestro e diretor do Liceu, Davi Nunes, a participação do grupo no evento teve um significado especial. “O evento é muito importante porque se comemora o Dia Internacional do Idoso. Para nós do Liceu, que temos um trabalho efetivo com esse público, é essencial viver um momento como esse, ainda mais aqui no Largo, do lado do Teatro Amazonas. Nossos alunos idosos de dança, música e teatro estão muito desejosos de mostrar o que têm aprendido e desenvolvido lá no Liceu”, destacou.
Entre as apresentações, as turmas de dança 50+ brilharam com coreografias que empolgaram o público. A instrutora Leila Alves, responsável pelos grupos de dança da melhor idade, ressaltou a importância desse trabalho.
FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e economia criativa“O trabalho com a melhor idade não é tão fácil, porque eles têm limitações fisiológicas e de rotina, mas cada aluno é único. O mais bonito é ver o potencial de cada um para fazer arte e dança”, afirmou.
A aluna Arlene Suzana expressou a emoção de subir ao palco pela primeira vez para homenagear o público idoso.”É uma experiência única. Quem dança se sente mais feliz, vive mais. Estou muito lisonjeada de fazer parte dessa equipe, é uma gratificação enorme”, contou emocionada.
O evento também foi motivo de alegria e inspiração. A aposentada Marli da Silva destacou que iniciativas como essa fazem diferença na vida dos idosos.
“O idoso fica mais à vontade, se sente feliz. A gente precisa sair de casa, participar. Foi uma maravilha, agradeço de coração. Que venham mais eventos assim”, disse.
Além das apresentações do Liceu, a programação da noite contou com a exposição “Tecendo Imagens”, do fotógrafo Pedro furtado, que apresentou seu olhar sobre a moda autoral amazônica. “Essa foi a nossa primeira exposição, e nasceu da ideia de mostrar a moda do norte, a moda autoral amazonense. É uma moda forte, feita por fotógrafos, modelos e designers daqui. Queremos seguir com outras edições do Tecendo Imagens, com diferentes visões”, explicou Pedro.
A programação também teve espaço para a diversidade cultural, com a participação da artista indígena Moy Sateré-Mawé, que emocionou o público ao cantar em homenagem às mulheres do seu povo. “Foi muito bom estar em Manaus mostrando nossa cultura e o canto das mulheres guerreiras Sateré-Mawé. Fazemos parte da organização Bateamã, que fortalece cada mulher do nosso território”, afirmou.
FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e economia CriativaModa periférica
Encerrando a noite, Guignard, da marca Sem Simpa7ia, destacou a força da moda periférica dentro do evento. “A importância da Sem Simpa7ia é mostrar a resistência da periferia além da moda. Estamos há cinco anos nessa caminhada, e eventos como esse mostram que a gente tem muito a dizer, mesmo sem precisar falar”, disse.
Com curadoria coletiva que inclui o estilista indígena Sioduhi, reconhecido pela Vogue Business como um dos 100 nomes inovadores da moda sustentável, o desfile reuniu mais de 20 marcas autorais da Amazônia, entre elas Sioduhi Studio, Arévola Gallery, Dezenove Setenta, além de criadores de Parintins e Barreirinha, que apresentaram peças produzidas por comunidades indígenas e quilombolas.
Em sua terceira edição, o Amazon Poranga Fashion reuniu mais de 3 mil pessoas, reafirmando o potencial criativo e a força da economia criativa amazônica.
A programação continua neste sábado, (04/10), a partir das 17h, no Largo de São Sebastião, com a segunda e última noite de desfiles e apresentações artísticas. O público poderá conferir novas performances, exposições e a presença de marcas autorais da moda amazônica que unem sustentabilidade, ancestralidade e inovação. A entrada é gratuita, e a organização convida todos a prestigiarem esse grande encerramento que celebra a criatividade e a diversidade da Amazônia.
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