‘Tucumã – Sobre.viver em Arte na Amazônia’ busca ampliar debates sobre arte, memória e território, incentivando formação e troca entre criadores


O seminário Tucumã – Sobre.viver em Arte na Amazônia, parte da programação do Amazonas artes Visuais 2025, reuniu, na quinta-feira (13/11) artistas, curadores, produtores, estudantes e agentes culturais no Palácio da justiça, em Manaus, em um dia marcado por debates, oficinas e performances que abordaram os caminhos da arte contemporânea amazônica. O encontro continua nesta sexta-feira (14/11), com atividades gratuitas voltadas à reflexão e à formação artística.
Com curadoria e coordenação de Cristóvão Coutinho, e realização do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e economia criativa, o projeto tem como objetivo fortalecer a troca de experiências entre diferentes gerações e tendências das artes visuais no estado.
“É uma forma de reunir curadores, artistas, produtores e agentes da cultura para que possamos dialogar sobre a produção local, além de recebermos convidados de fora, que passam a conhecer nossa criação artística. O seminário, composto por pesquisas, comunicações, mostras e oficinas, se completa em um arco importante para o artista. É essencial que ele prossiga, não só comigo, mas com outros, porque é um espaço de diálogo fundamental para as artes visuais”, afirmou Coutinho.
A programação de quinta-feira contou com a performance “Jenipapo Atemporal: A Voz Pintada na história”, apresentada por Felipe Fernandes Sateré. Durante a ação, o artista destacou a relação entre memória, política e ancestralidade indígena. “Acabei de apresentar uma performance para falar sobre Ailton Krenak, sobre uma memória viva e importante para a política nacional. A performance honra sua atuação dentro da Constituinte de 88, quando conseguimos inserir demandas essenciais ao povo indígena. É importante conectar passado e futuro, compreender o poder transformador da performance e das ações políticas”, afirmou.


O primeiro dia também abriu espaço para reflexões sobre diversidade estética, identidades e gerações nas artes visuais. O curador Otoni Mesquita chamou atenção para a importância de ampliar o olhar sobre diferentes linguagens e trajetórias artísticas.
“O seminário traz discussões sobre a arte amazonense e deve valorizar a diversidade, as diferenças, sem concentrar tudo em uma única tendência. Precisamos ter espaço para novas gerações, mas também para artistas com mais tempo de estrada. Há um certo etarismo no meio, e esses encontros devem estar atentos a isso, atendendo a todas as manifestações e variações, para não se tornar tudo uma mesma coisa”, destacou Otoni.
Além das mesas de debate, o evento ofereceu oficinas e apresentações artísticas na Galeria do Largo, que completa 20 anos em 2025. Nesta sexta (14/11), a programação segue com atividades voltadas às técnicas contemporâneas, processos criativos, discussões sobre memória, território e economia criativa, mantendo o foco na formação e no fortalecimento da cena artística local.
O seminário integra a iniciativa Sobre.Viver em Arte na Amazônia, plataforma que propõe diálogos sobre arte, ancestralidade e criação contemporânea no território amazônico. Com acesso gratuito, o evento segue se consolidando como um importante espaço para difusão, aprendizado e conexões entre diferentes olhares da produção artística regional.

