O pesquisador do Inpa alertou para a necessidade de proteção e profundo estudo da floresta amazônica e para a problemática do desequilíbrio do clima que afeta todo planeta.
No segundo painel da “1.ª Conferência Amazônica do Clima e do Meio Ambiente”, na manhã desta quinta-feira (17/11), o engenheiro florestal e pesquisar do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Niro Higuchi, abordou o tema: “A floresta amazônica e a mudança do clima na idade contemporânea”. Higuchi iniciou a palestra citando o Código Florestal Brasileiro, que diz que “a floresta é um bem de interesse comum a todos os habitantes do país” e que o bioma é um patrimônio nacional, de acordo com o parágrafo 4.º, artigo 225 da Constituição Federal brasileira.
Doutor pela Michigan State University, e pós-doutor pela University of Oxford, Higuchi deu início às pesquisas na floresta Amazônica há mais de quarenta anos, atua em uma base florestal estruturada no Distrito Agropecuário da Suframa e explicou que a mais antiga árvore estudada por ele possui 1.400 anos. Na base, são feitas medidas horárias e mensais dos troncos das árvores, além de estudo da fotossíntese e acompanhamento da respiração do vegetal. Atualmente, a equipe cooordenada por ele também busca entender a capacidade de troca de água entre a árvore e a atmosfera para integrar informações sobre o fenômeno dos “rios voadores”.
O engenheiro também falou sobre o desmatamento da floresta que, segundo ele, é superestimado no tocante ao impacto do efeito estufa. “Eleger o desmatamento florestal na Amazônia como vilão da emissão de gases para o efeito estufa não é inteligente, pelo contrário: a Amazônia pode estar sendo vítima das emissões globais”, declarou.
Niro Higuchi alertou para a necessidade de proteção e profundo estudo da floresta amazônica e para a problemática do desequilíbrio do clima que afeta todo planeta. “Entendo que temos de trabalhar juntos. O problema é sério e todos os setores da sociedade temos de estar integrados. Essa conferência foi muito interessante, uma oportunidade para interagir e venho aqui com a principal missão de tentar esclarecer e deixar um convite para estreitar esse relacionamento do ponto de vista de capacitação, formação nessa área floresta e clima”, afirmou o pesquisador.
Segundo dia
Promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) em parceria com a Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam), a “1ª Conferência Amazônica do Clima e do Meio Ambiente”, prossegue nesta sexta-feira (18), no Salão Rio Solimões do Palácio Rio Negro, na Av. 7 de Setembro, Centro de Manaus.
A programação da Conferência está sendo transmitida pelo canal da Esmam no YouTube (https://youtube.com/user/esmamam).
Sandra Bezerra
Foto: Chico Batata
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